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Artigo: O comportamento dos consumidores e a revolução das fintechs

* Carolina Trinca, consultora de M&A, e Jaziel Pavine, CEO da Valore Brasil Vamos começar pelos números! Ano passado as fintechs receberam US$130 bilhões em investimentos, o que representa 20% de todo o capital de risco investido em 2021. Com destaque para as captações da Neon (US$ 300 milhões), Creditas (US$ 260 milhões), e Dock […]

17 ago 2022 - 12h09
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* Carolina Trinca, consultora de M&A, e Jaziel Pavine, CEO da Valore Brasil

Foto: Canva / Startups

Vamos começar pelos números! Ano passado as fintechs receberam US$130 bilhões em investimentos, o que representa 20% de todo o capital de risco investido em 2021. Com destaque para as captações da Neon (US$ 300 milhões), Creditas (US$ 260 milhões), e Dock (US$ 110 milhões).

Bom, que revolução é essa? Não é de hoje que acompanhamos um novo comportamento dos usuários de serviços financeiros. A tecnologia aliada ao acesso facilitado à informação e os acontecimentos dos últimos dois anos resultaram em um perfil de cliente mais ativo e interessado em assumir o protagonismo das finanças pessoais e profissionais. 

Em novembro de 2020 vimos a chegada do PIX no Brasil, que permitiu mais liberdade e autonomia aos processos de pagamentos. Se antes dos anos 2020 já existia, ainda que em passos lentos, um movimento migratório do público bancário para atividades online, a pandemia da Covid-19 acelerou esse processo e instituições financeiras precisaram adaptar e aperfeiçoar seus aplicativos e internet bankings.

As pessoas querem resolver tudo em um só lugar, realizar pagamentos, cuidar das finanças, investimentos, créditos, enfim, tudo que podiam fazer indo aos bancos, e muitas vezes em instituições diferentes, começou a ser possível em um único aplicativo - um super app. Era de fato a revolução das máquinas chegando. A estratégia das fintechs passou a ser: diversos serviços, que vão além do financeiro, dentro de um único aplicativo, também chamado de Beyond Banking.

Nesse movimento é possível ter acesso a soluções de marketplaces, programas de pontos, "lifestyle", conteúdo educativo, como é o caso bastante forte da XP Investimentos e do Confiance Bank onde é possível ter acesso à plataforma EAD de cursos, além de venda de carros, confiance driver, portal de imóveis, delivery, etc. 

Completando esse novo universo de comportamento, acompanhamos cada vez mais um atendimento individualizado, o chamado "contextual banking" - que mapeia o comportamento do consumidor por meio da sua interação com a plataforma e oferece serviços personalizados para cada cliente.

Veja, empresas como o Nubank, que coloca em suas mensagens-chave "o que importa são os seus valores, e não o valor na sua conta" e o Social Bank, uma Empresa B certificada, que busca melhorar o dia a dia do trabalhador brasileiro de renda básica, garantindo além de serviços financeiros, acesso a benefícios essenciais que melhoram sua realidade, colocando o cliente no centro da experiência com a afirmativa "Você é da nossa conta".

Open Finance

Por falar em infraestrutura, os negócios que visam o potencial do Open Finance e Pix também devem continuar em crescentes nos próximos meses. As empresas que apoiam outras empresas no desenvolvimento de soluções com base em dados financeiros abertos ou pagamentos instantâneos, ou até mesmo aquelas que entregam uma plataforma de fácil acesso e gestão dessas atividades disparam na frente nessa corrida, como é o caso da Belvo, Quanto, FinanSystech, Klavi, Sensedia, Pluggy, Tecban e FCamara. A demanda por esse serviço é tão grande que não seria nenhuma surpresa surgir um novo unicórnio latino-americano nessa vertical ainda em 2022.

Fazem parte da revolução as sustainable fintechs e as green fintechs que desenvolvem negócios alinhados com as premissas ESG (ligadas ao meio ambiente, social e governança), como as Agrifintechs que estão inseridas em dois dos mercados mais potentes do Brasil - Agro e financeiro. A Agrorobótica, por exemplo, já mensura e monetiza crédito de carbono presente no solo.

Também temos 106 milhões de usuários de criptomoedas em todo o mundo, de acordo com o relatório exchange Crypto.com, um campo que ainda pode ser muito explorado e as formas de atuação podem seguir desde gestão de criptomoedas como é o caso das fintechs QR Capital e Hashdex, como casas de research (como a Paradigma Education e a Convex Research) e provedores de serviços de custódia, trading e infraestrutura para o mercado (como a Parfin e a Bitrust, do grupo 2TM). O Nubank lançou recentemente o Nubank Cripto, a solução para comprar e vender criptomoedas direto no aplicativo para todos os clientes.

A expectativa é que o mercado continue aquecido e essa alta se estenda para 2023.

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