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Como ter um dia de 25 horas

27 abr 2022 - 01h00
(atualizado em 28/4/2022 às 09h51)
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Foto: Pixabay

Depois de uma certa idade passamos a falar sobre como o tempo anda cada vez mais rápido usando frases como “nossa, já estamos no meio do ano!" ou "Puxa, nem vi o fim de semana passar", o que era bem diferente de quando éramos crianças, o tempo era tão devagar quanto uma fila em órgão público. Agora quando adultos, vemos como passou a voar rápido como um raio, o que aconteceu?

O tempo é um só para todas as pessoas, para todas as idades em qualquer lugar do mundo, mas o que muda é a percepção e nossa ansiedade dentro deste espaço. 

Quando crianças não vivíamos a vida na contagem regressiva como hoje, onde às segundas-feiras suspiramos lamentos nas redes sociais pelo início da semana, e as sextas-feiras se tornam dias de alegria coletiva com o famoso “sextou”, hora de largar o trabalho e ir para o barzinho, ou mesmo descansar em casa. Na noite de domingo recomeça o processo de lamento semanal que se repete toda semana, todos os meses, até chegar ao final do ano quando começa um novo ciclo

Centrados neste tipo de referência nós não vivemos e não aproveitamos as horas e os minutos que dispomos, levamos uma vida de contagem regressiva registrada em dias e semanas, intercalados por memes e vídeos de gatinhos no Tik Tok. Esse hábito drena a nossa vida sem percebermos e deixamos de viver para nós mesmos, mas vivemos em prol do calendário, de cinco dias semanais de insatisfação e dois dias de euforia passageira. Só.

E como quebrar esse ciclo e ser dono do seu tempo? Como destravar a vigésima quinta hora no seu dia?

Comece quebrando os padrões e não permita que o dia da semana determine a sua vida como um cardápio de restaurante que anuncia tropeiro nas quartas e feijoada nas sextas.

Alguns calendários e agendas foram feitos para padronizar e estão por toda parte como na grade da tv, nos esportes, no lazer, colocados na sociedade tentando te moldar como uma máquina, ditando quando e onde comer, trabalhar, dormir ou se divertir. Mas por mais difícil que seja quebrar todos esses padrões, se conseguir se livrar de um só deles já terá um ganho enorme em sua vida, pois livre é o homem dono de seu destino.

Tudo aquilo que é feito por obrigação se torna enfadonho, cansativo, punitivo e toma o seu tempo de vida, pois as horas que passam, não voltam, não tem replay ou botão de pausa. E quando você acha que não pode piorar, vem a aposentadoria na terceira idade que te deixa vendo a vida passar sem saber o que fazer com ela, até se esvair.

Esse é um jogo ao qual você consegue ganhar utilizando as mesmas ferramentas que ele, mas a seu favor, se não puder mudar sua rotina, acrescente mais coisas a ela, pode parecer loucura, afinal você trabalha das 8h às 18h, fora o tempo gasto no trânsito, chega em casa cansado, e a solução é adicionar mais coisas ao seu dia? Sim exatamente isso!

A pergunta é sobre o que te faz bem e o que te dá prazer? O que faz valer o seu dia? O que seu “eu” criança gostaria de fazer hoje como adulto? Pensou na resposta? Então responda para si o porquê de não fazer isso ainda, por que você deixou de fazer algo para si?

Antes que começar a se justificar ou julgar, mais uma pergunta: Dá pra começar hoje?

Liste as coisas que gostaria de fazer, quanto tempo você gostaria de se dedicar a cada uma delas, e retire esse tempo da internet, das redes sociais, da tv, do trânsito, e das horas de onde elas estão sendo subaproveitadas. Essa é a chave para se conseguir a vigésima quinta hora em seu dia!

Charles Fort considerava um desperdício da existência, a pessoa que levava apenas um tipo de atividade durante toda a vida, sendo que TODOS nós temos a plena capacidade de realizarmos coisas incríveis a todo o momento. Mas isso só é possível se sairmos dessa concha, de pararmos de medir o tempo com sofrimento, pois a vida é muito curta para reduzir-se somente a isso.

Aguardamos para hoje as notícias de seu futuro definido ontem.

(*) Nikki Nixon é especialista em Processos Criativos, palestrante e fundador da Deuses e Monstros – Escola de Artes.

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