BRF e Sadia já podem atuar juntas em carne in natura e insumo
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou nesta quarta-feira a coordenação das atividades da Brasil Foods (ex-Perdigão) com a Sadia no segmento de carne in natura no mercado interno e na negociação e aquisição de insumos e serviços, de acordo com documento do órgão.
A BRF, empresa resultante da compra da Sadia pela Perdigão no ano passado, ainda aguarda aprovação final do Cade para que a integração dos negócios seja completamente concluída.
Em setembro, a companhia já havia conseguido a autorização para a coordenação de atividades voltadas ao mercado externo no segmento de carnes in natura.
Segundo o documento do órgão antitruste, foi aprovada a coordenação de, entre outras atividades, comercialização da produção de carne in natura, coordenação de estratégias comerciais, negociação conjunta de volumes e preços com clientes finais, aquisição conjunta de carne in natura bovina e gerenciamento de estoques referentes aos produtos in natura.
"Nota-se (...) que suas participações nos diferentes segmentos de carnes in natura são, a princípio, baixas, indo de 0,4% no mercado de carne in natura bovina, a 3,7% no mercado de carne in natura de frango, 8% no mercado de carne in natura suína e 11% no mercado de carne in natura de peru", avaliou o Cade.
Sobre a negociação e aquisição de insumos e serviços perante fornecedores, excetua-se a aquisição conjunta de aves e suínos, acrescentou o Cade.
"Segundo as informações prestadas pelas requerentes, as participações conjuntas de Sadia e Perdigão na compra da maior parte dos insumos e serviços são inferiores ou próximas a 10%", diz o documento.
De acordo com relatório da Link Investimentos anterior à decisão desta quarta-feira, que cita um executivo da Sadia, a autorização para a compra conjunta de insumos captura sinergias importantes, permitindo economia entre 3% e 5%, o que se refletira em melhores margens.
Ainda segundo a Link, a aprovação dos pedidos da BRF são importantes, uma vez a flexibilização, no ano passado, para que as duas empresas pudessem operar juntas no exterior em carne in natura não trouxe economias.
Entretanto, o Cade destaca que as informações fornecidas pelas empresas ainda são passíveis de maior investigação e pode haver revisão das autorizações desta quarta-feira.
No final do ano passado, a BRF tinha a expectativa de que o Cade aprovasse o negócio durante o primeiro semestre de 2010.
Por volta das 15h40, as ações da BRF caíam 1,36%, enquanto o Ibovespa tinha queda de 2,5%.
A BRF não fez imediatamente comentários sobre a decisão do Cade.