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Brasil exporta 3,4 mi sacas de café em março, queda de 1,6%, diz Cecafé

12 abr 2021 - 17h12
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As exportações totais de café do Brasil atingiram 3,44 milhões de sacas de 60 kg em março, queda de 1,6% ante igual período do ano passado, disse nesta segunda-feira o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), citando esforços para o cumprimento de compromissos em meio à menor disponibilidade de contêineres e aos reflexos da pandemia de Covid-19.

Sacas de café para exportação em Santos (SP) 
10/12/2015
REUTERS/Paulo Whitaker
Sacas de café para exportação em Santos (SP) 10/12/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Os embarques de café verde somaram 3,06 milhões de sacas no período, baixa de 2,7%. O resultado foi influenciado por um recuo de 6,3% nas exportações de café arábica, principal variedade cultivada no país, que alcançaram 2,7 milhões de sacas.

Por outro lado, os embarques de café robusta tiveram um salto de 38,7%, a 351,7 mil sacas, enquanto os envios de café solúvel para o exterior totalizaram 368,2 mil sacas, avanço de 8,7% no ano a ano.

A receita obtida com as exportações da commodity no mês passado foi de 450,2 milhões de dólares, queda de 5,4% em relação a março de 2020.

"Diante do momento desafiador em todo o mundo... os exportadores brasileiros têm realizado esforços e honrado seus compromissos com o mercado", disse em nota o presidente do Cecafé, Nicolas Rueda.

Apesar do desempenho mais fraco no último mês, o Brasil encerrou o primeiro trimestre com alta de 10,4% nas exportações totais de café, a 11,015 milhões de sacas, enquanto a receita cambial apurou avanço de 6,1% no agregado até março, a 1,437 bilhão de dólares.

O conselho destacou que os embarques da commodity seguem apresentando o melhor desempenho dos últimos cinco anos no acumulado desde julho de 2020, com um volume total de 35,746 milhões de sacas, caminhando para quebrar um recorde.

Os Estados Unidos se mantiveram como principais compradores do café brasileiro nesse período, tendo adquirido 2,077 milhões de sacas, alta de 9,4%. Na sequência, aparecem Alemanha, com 1,97 milhão de sacas (+9,5%), e Itália (866 mil sacas, -12,9%).

EXPORTAÇÕES FUTURAS

O Cecafé frisou que o atual desempenho é reflexo da safra recorde colhida em 2020, destacando que o volume dos embarques provavelmente cairá na próxima temporada devido à quebra de safra esperada para 2021.

"Aliada à preocupação com a logística mundial, a colheita brasileira menos volumosa será mais um desafio que o segmento exportador terá em 2020/21", disse Rueda.

"Ainda não é possível estimar a realidade estatística desse cenário, mas é provável que os embarques do Brasil passem por uma redução na próxima temporada", acrescentou.

O ciclo produtivo bienal do arábica no país entra em ano de baixa em 2021. Além disso, a prolongada estiagem e as altas temperaturas em importantes áreas produtoras no segundo semestre de 2020 também devem prejudicar o desempenho, disse o Cecafé, que pede "precaução com o futuro".

Segundo estimativa de março do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a safra de café do Brasil atingirá 47,3 milhões de sacas em 2021, queda de 23,9% frente ao ano anterior.

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