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BCE retira viés de afrouxamento e dá pequeno passo em direção a fim de estímulo

8 mar 2018 - 10h22
(atualizado às 13h51)
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O Banco Central Europeu (BCE) retirou nesta quinta-feira a promessa de longa data de aumentar a compra de títulos se necessário, dando outro pequeno passo na direção de reduzir o estímulo à economia da zona do euro.

Sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, na Alemanha 14/12/2017 REUTERS/Ralph Orlowski
Sede do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, na Alemanha 14/12/2017 REUTERS/Ralph Orlowski
Foto: Reuters

Ao deixar inalterada sua política monetária, o BCE informou que ainda pode prorrogar seu esquema de compra de títulos de 2,55 trilhões de euros além de setembro se necessário, mas omitiu a referência a compras maiores, sinal de que continua no curso para encerrar o esquema de estímulo de três anos antes do final de 2018.

Tendo reanimado o crescimento da zona do euro, o BCE tem reduzido o suporte em pequenas doses, temendo que qualquer grande mudança possa afetar seu trabalho e forçar uma embaraçosa reversão, também prejudicial à economia.

"As compras de ativos, no ritmo mensal atual de 30 bilhões de euros, continuarão até o final de setembro de 2018, ou além se necessário, e em qualquer caso até que o Conselho veja ajuste sustentado na trajetória de inflação consistente com seu objetivo de inflação", afirmou o BCE em comunicado.

A inflação da zona do euro permanece teimosamente baixa. "Nosso mandato é em termos de estabilidade de preços. A vitória ainda não pode ser declarada", disse o presidente do BCE, Mario Draghi, em entrevista coletiva.

Retirar o chamado viés de afrouxamento é em grande parte simbólico já que poucos esperavam compras maiores, mas ainda assim o movimento é visto como um precursor de uma revisão mais ampla da política monetária, algo já sinalizado em reuniões anteriores.

Draghi revelou uma modesta atualização da previsão de crescimento econômico do BCE para a zona do euro para 2,4 por cento, ante 2,3 por cento antes, mantendo as projeções para 2019 e 2020 em 1,9 por cento e 1,7 por cento, respectivamente.

"As informações recebidas, incluindo as projeções de nossa equipe, confirmam o forte e abrangente impulso de crescimento na economia da zona do euro, que deverá expandir no curto prazo a um ritmo um pouco mais rápido do que o esperado anteriormente", afirmou ele.

Com a expectativa de que o presidente norte-americano, Donald Trump, tenha discussões nesta quinta-feira sobre as novas tarifas planejadas sobre aço e alumínio, Draghi citou o "aumento do protecionismo" como um risco para a economia.

Ele ainda considerou que qualquer impacto direto das tarifas norte-americanas seria limitado, mas afirmou que qualquer movimentação dos EUA ampliaria as preocupações acerca das relações internacionais.

"Se você adota tarifas contra os que são seus aliados, é de se perguntar quem são os inimigos", disse ele.

Com a decisão desta quinta-feira, a taxa de depósito do BCE, atualmente sua principal ferramenta de taxa de juros, permanece em -0,40 por cento.

A taxa de refinanciamento, que determina o custo do crédito na economia, permanece em 0 por cento, enquanto a taxa de empréstimo segue em 0,25 por cento.

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