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Avianca Brasil vende passagens para rotas que planeja cancelar

15 abr 2019 - 19h27
(atualizado às 20h33)
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A companhia aérea Avianca Brasil continuava a vender passagens em seu site nesta segunda-feira para rotas que planeja cancelar permanentemente, segundo documento visto pela Reuters.

Passageiros passam por máquinas de autoatendimento da Avianca no aeroporto de Congonhas, São Paulo
12/04/2019
REUTERS/Nacho Doce
Passageiros passam por máquinas de autoatendimento da Avianca no aeroporto de Congonhas, São Paulo 12/04/2019 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

A empresa, que pediu recuperação judicial em dezembro e tem visto sua frota encolher diante do recolhimento de aviões por empresas de leasing, comunicou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que vai deixar de operar 48 frequências, cerca de um quarto de sua capacidade, por causa da redução da frota. A comunicação foi feita por meio de carta, na sexta-feira.

Apesar do envio da carta à Anac, o site da Avianca Brasil ainda vendia nesta segunda-feira passagens de várias rotas que a empresa informou à agência que vai descontinuar.

Por exemplo, a Avianca Brasil disse no comunicado à Anac que iria cancelar os voos entre aeroportos internacionais de São Paulo e Minas Gerais, mas o site da empresa ainda mostrava duas frequências diárias até março de 2020.

Na sexta-feira, enfrentando a iminência de retomada de quase um terço de sua frota, a Avianca Brasil divulgou comunicado à imprensa afirmando que alguns voos seriam cancelados, começando com 179 voos entre sábado e quarta-feira desta semana.

Nesta segunda-feira, a Avianca Brasil cancelou mais 150 voos a partir de quinta-feira até sábado e não informou planos para estas rotas depois disso.

Um representante da companhia aérea afirmou à Reuters que o comunicado enviado à Anac era apenas um plano preliminar e que a empresa está trabalhando duro para reacomodar sua operação de modo a afetar o menor número possível de passageiros.

A Anac, por sua vez, tem sinalizado preocupações com a Avianca Brasil. Em documentos enviados à Justiça na sexta-feira, a agência afirmou que "há um risco real de que (Avianca Brasil) não honre" as passagens vendidas, o que pode afetar "centenas de milhares" de viajantes.

A autarquia afirmou que a Avianca Brasil tem que "divulgar amplamente os voos alterados e cancelados" e informou nesta segunda-feira que até agora a agência não registrou qualquer violação.

Voos cancelados representam custos adicionais para a companhia aérea, que tem que ou reembolsar ou reacomodar passageiros. Em documentos judiciais, a Avianca Brasil descreveu como "brutal" o custo financeiro dos voos cancelados.

A Avianca Brasil está quitando suas despesas diárias principalmente com empréstimos de curto prazo de suas duas principais rivais, Gol e Latam, que esperam conseguir alguns dos horários de pousos e decolagens (slots) da companhia em aeroportos movimentados como Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ).

Os ativos da Avianca Brasil, que envolvem principalmente os slots da empresa, devem ser leiloados em maio, como parte do processo de recuperação judicial. A Latam e a Gol já fizeram acordo com a empresa para oferecerem pelo menos 70 milhões de dólares cada pelos diferentes conjuntos de slots que serão vendidos.

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