PUBLICIDADE

Alta da Selic coloca recuperação da economia em xeque

Em meio a um cenário que mistura aumento da taxa básica de juros e incertezas sobre a recuperação da economia, indústria e comércio mantêm projetos na gaveta

15 nov 2021 - 05h11
(atualizado às 09h15)
Compartilhar
Exibir comentários

O ciclo de alta da taxa Selic, iniciado em março, deve atrasar a retomada do investimento produtivo no Brasil. Com as empresas saindo de crises consecutivas desde 2015, muitas delas vão preferir preservar o caixa até que o cenário esteja mais claro, do ponto de vista monetário, fiscal ou político. Além disso, o custo de capital está maior. Na média, subiu de 7,7%, em dezembro de 2021, para 10,59% em agosto deste ano, segundo o Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe).

Banco Central
Banco Central
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil / Estadão

Na semana passada, por exemplo, a Arezzo informou que o momento não é adequado para fazer novas emissões de dívida. Com a alta de juros, a empresa deve priorizar o crescimento orgânico e manter o "caixa como rei". O presidente da companhia, Alexandre Birman, diz que, com a alta dos juros, a alavancagem financeira, que nunca foi premissa da companhia, torna-se ainda menos atrativa.

"Conceito de 'cash is king' (o caixa é o rei) se torna fundamental no cenário de juros que vamos entrar", diz. A empresa pagou as últimas aquisições com caixa próprio e tem bancado de maneira orgânica a expansão das lojas e do e-commerce, cujas vendas cresceram 36% no terceiro trimestre.

Cautela.

Segundo Carlos Antonio Rocca, coordenador do Cemec-Fipe, apesar de o custo da dívida ainda ser baixo comparado ao dos últimos anos, o momento não é adequado para fazer expansões. Hoje, a taxa de investimento no País está em 18,2%, depois de ter batido em 15% no 2.º trimestre de 2022. "A incerteza é um conteúdo de risco que não dá para medir", afirma.

Rocca destaca que, com a redução da capacidade ociosa (em torno de 85%), as empresas já teriam dificuldade de atender o mercado caso tivessem de aumentar a pr

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade