Alemanha corteja trabalhadores indianos assustados com mudanças no visto dos EUA
Vendendo a perspectiva de altos salários e regras de migração estáveis, o embaixador da Alemanha na Índia faz uma proposta para trabalhadores indianos qualificados
Comparando sua política migratória a um carro alemão — confiável, moderno e previsível — o embaixador da Alemanha na Índia fez um apelo para que indianos qualificados se mudem para seu país, numa indireta ao ataque dos Estados Unidos contra trabalhadores estrangeiros especializados.
No que descreveu como "um chamado a todos os indianos altamente qualificados", o diplomata Philipp Ackermann publicou um vídeo nas redes sociais na terça-feira, 23, destacando as perspectivas de empregos bem remunerados na Alemanha, que enfrenta uma sociedade em rápido envelhecimento e uma força de trabalho em declínio.
"Nossa política migratória funciona um pouco como um carro alemão — é confiável, é moderna e é previsível", disse Ackermann no vídeo. "E você não precisa temer uma freada brusca em alta velocidade. Nós não mudamos nossas regras fundamentalmente da noite para o dia."
O tom contrastou com declarações recentes vindas de Washington, onde o presidente Trump assinou na sexta-feira, 19, uma medida que adiciona uma taxa de US$ 100 mil para novos candidatos ao visto H-1B, que permite a trabalhadores estrangeiros, como engenheiros de software, a chance de serem empregados nos Estados Unidos. Os indianos representam a maior nacionalidade entre os beneficiados por esses vistos.
A Alemanha gostaria de atrair alguns deles. Já há cerca de 124 mil indianos trabalhando no país, segundo dados oficiais. A maioria atua em computação, ciência ou tecnologia, estando entre os que mais ganham.
"O indiano médio que trabalha na Alemanha ganha mais do que o alemão médio que trabalha na Alemanha", disse Ackermann no vídeo, que incluiu um link com informações sobre como iniciar o processo de solicitação de visto e onde aprender o idioma.
No ano passado, a Alemanha lançou um programa para facilitar a vinda de mais trabalhadores da Índia, ampliando o número de vistos disponíveis e simplificando o processo de candidatura.
Mas os indianos que vão para a Alemanha precisam aprender uma nova língua, o que muitos consideram desafiador. Entre os 50 estudantes indianos contemplados com uma bolsa Erasmus de dois anos para fazer mestrado na União Europeia, quase metade escolheu estudar na França. Apenas sete optaram pela Alemanha.
A Alemanha precisa de dezenas de milhares de trabalhadores qualificados para preencher vagas em aberto, especialmente no setor de tecnologia. Em março, cerca de 387 mil postos estavam vagos, segundo o Instituto Alemão de Pesquisa Econômica. Esse número deve mais que dobrar nos próximos dois anos.
Hoje, um em cada cinco cidadãos alemães tem mais de 67 anos, e os "baby boomers" — nascidos entre 1955 e 1970 — estão começando a se aposentar, sem que haja jovens suficientes contribuindo para o sistema social que os sustenta.
Mas relatos sobre ataques a estrangeiros e a ascensão do partido nacionalista Alternativa para a Alemanha assustaram muitos jovens indianos, afirmou Franziska Giffey, senadora estadual de Berlim para economia, que visitou a Índia neste verão com o objetivo de atrair mais trabalhadores para a capital alemã.
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