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Advogados de Ghosn querem que julgamento seja separado da Nissan para garantir justiça

2 abr 2019 - 09h51
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Advogados de Carlos Ghosn pediram a um tribunal de Tóquio na terça-feira que julgue o ex-chefe da Nissan Motor Co. separadamente de seu ex-empregador, argumentando que ele não conseguiria uma audiência justa para combater acusações de irregularidades financeiras.

12/03/2019
REUTERS/Issei Kato
12/03/2019 REUTERS/Issei Kato
Foto: Reuters

    O pedido marca a primeira grande manobra legal da nova equipe jurídica de Ghosn desde sua libertação sob fiança no mês passado, enquanto enfrenta acusações crescentes de má conduta financeira durante seu tempo no comando da Nissan e dos parceiros Renault SA e Mitsubishi Motors. 7211.T>, um dos maiores grupos de fabricantes de automóveis do mundo.

    O caso abalou a indústria automobilística global e fez cair em desgraça um executivo que era elogiado por seu resgate da Nissan à beira da falência, duas décadas atrás.

    Os promotores de Tóquio acusaram Ghosn e Greg Kelly, um colaborador próximo que atuou como diretor do conselho da Nissan, por acusações de má conduta financeira. A Nissan também está incluída na acusação por fazer divulgações falsas em relatórios anuais de valores mobiliários, pelos quais a empresa expressou arrependimento.

    "Não importa como você olhe, ter Ghosn sentado ao lado da Nissan no julgamento seria peculiar, isso iria contra o seu direito a um julgamento justo", disse seu principal advogado de defesa, Junichiro Hironaka, em uma coletiva.

    Ghosn foi preso em Tóquio em novembro, depois que a Nissan disse aos promotores que sua própria investigação descobriu evidências dos erros dele. Ele passou mais de 100 dias em um centro de detenção antes de ser libertado da fiança de 9 milhões de dólares no mês passado. Ghosn, agora destituído como presidente da Nissan, nega as acusações, assim como Kelly.

    Ghosn enfrenta acusações criminais no Japão por não reportar cerca de 82 milhões de dólares es em salário da Nissan, e por transferir temporariamente perdas financeiras pessoais para os livros da Nissan durante a crise financeira global.

    "É certo que seus advogados não querem que Ghosn seja julgado pela Nissan. A Nissan se declarará culpada e isso influenciará claramente o clima do julgamento", disse Nobuo Gohara, advogado que comanda o Escritório de Compliance e Direito Gohara, que não está envolvido no caso Ghosn.

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