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Abimaq espera desaceleração em vendas de máquinas e equipamentos em 2026

3 dez 2025 - 14h05
(atualizado às 16h47)
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A indústria brasileira de máquinas e equipamentos espera um desempenho mais tímido em 2026, com uma estimativa de crescimento da receita líquida de vendas em torno de 4%, afirmou a entidade que representa o setor, Abimaq, nesta quarta-feira.

"Dinheiro tem no mercado, mas não tem apetite para fazer algo", disse o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, em entrevista a jornalistas, citando os juros elevados da economia.

A expectativa da entidade para este ano, revisada para baixo, é de um crescimento de 6,1% nas vendas. Até novembro, o setor acumula expansão de 9,1% na receita total, a R$253,5 bilhões.

A indústria de máquinas desacelerou em outubro, com a receita líquida de vendas recuando 3,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$26,2 bilhões. O número reverteu o avanço de setembro, quando as vendas tinham crescido 11,2%, para R$27,2 bilhões.

No mercado interno, a receita encolheu 4,7% na comparação com outubro de 2024, atingindo R$18,2 bilhões. Segundo a Abimaq, as maiores quedas ocorreram em máquinas para agricultura, componentes e máquinas para construção.

De acordo com a Abimaq, o ambiente externo teve menor contribuição no desempenho positivo do setor em razão da desaceleração das atividades globais e devido ao impacto negativo das tarifas de 40% impostas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros.

As exportações atingiram US$1,48 bilhão em outubro, alta de 7,2% sobre um ano antes e avanço de 12% na comparação com setembro. O avanço foi impulsionado pelo aumento do volume físico exportado (+3,3%) e pela expansão das vendas para outros destinos, minimizando a desaceleração no mercado norte-americano.

A elevação da tarifa de importação dos EUA contra o Brasil em 50 pontos percentuais, segundo a Abimaq, resultou em queda de 31,6% nas exportações do setor ao país ante setembro e recuo de 42,5% ante outubro do ano passado.

"Foi coincidência ter havido um aumento das vendas para Argentina, Cingapura e México na mesma época do início do tarifaço. Uma coisa não está ligada à outra. Não foram mercados que substituíram os EUA", disse o presidente da Abimaq. Ele destacou que, no caso da Argentina, por exemplo, o aumento das vendas está relacionado à melhora recente da economia do país.

"As empresas que perderam venda para os EUA não se recuperaram. Olhando para o conjunto da Abimaq estamos recuperando, mas não pontualmente nas empresas que perderam exportação. Várias empresas estão demitindo", disse Velloso.

Segundo dados da própria Abimaq, o setor terminou outubro com 423 mil funcionários, queda de 0,8% sobre setembro. Ante outubro de 2024, houve crescimento de 6,3% no número de empregados do setor.

O presidente da Abimaq disse que não considera a conversa telefônica da véspera entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump como avanço das negociações entre Brasil e EUA.

"Na minha visão, as negociações de um acordo comercial ainda estão para começar", disse Velloso.

Na véspera, Lula tratou de tarifas comerciais e combate ao crime organizado em telefonema com o presidente dos EUA, uma conversa que durou cerca de 40 minutos e que foi "muito produtiva", segundo o Palácio do Planalto.

As importações somaram US$2,9 bilhões em outubro, com aumento de 4,7% frente a outubro de 2024. No acumulado de 2025, as importações somaram US$26,9 bilhões, maior patamar da série histórica iniciada em 1999, representando um aumento de 8,5% sobre o mesmo período de 2024.

(Edição Alberto Alerigi Jr.)

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