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Alice Carvalho reflete sobre representatividade em novela do Globoplay: 'Devolver algo para o meu povo'

Em entrevista à Contigo! Novelas, Alice Carvalho falou sobre sua estreia como Otília em Guerreiros do Sol, nova novela do Globoplay

28 jul 2025 - 12h35
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Alice Carvalho revelou mais detalhes de sua preparação para viver Otília em Guerreiros do Sol
Alice Carvalho revelou mais detalhes de sua preparação para viver Otília em Guerreiros do Sol
Foto: Reprodução/Globo/Estevam Avellar / Contigo

Unindo arte, afeto e resistência, Alice Carvalho dá vida a Otília em Guerreiros do Sol, novela do Globoplay. A atriz exalta o amor, a liberdade e a importância de mostrar na TV uma relação entre duas mulheres entre os anos 1920 e 1930. "Existe desde que o mundo é mundo", disse em entrevista à Contigo! Novelas.

Qual é o diferencial de Guerreiros do Sol?

"Acho que o mais legal de tudo em Guerreiro do Sol é que mostra, a partir de uma perspectiva feminina, um olhar crítico da presença feminina tão apagada, historicamente, principalmente nesse período. Acho que traz uma riqueza diferente dentro de um tema que já foi muito falado, mas com um ponto de vista que a gente pouco viu".

Como foi fazer parte de um projeto como esse?

"Maravilhoso! Eu me sinto muito honrada, primeiro de estar fazendo uma história genuinamente nordestina, trazendo para o grande público uma história épica, carregada de emoção, carregada de amor e de verdade, de personagens baseados em pessoas que realmente existiram, que fazem parte do imaginário do nordestino. Então me vejo como mais uma nordestina batalhadora usando a minha arte para devolver algo para o meu povo".

Como descreve o romance entre Otília e Jânia (Alinne Moraes)?

"Otília e Jânia ensinam uma para outra a beleza da liberdade e da descoberta do amor em qualquer idade. E, sobretudo, a força de uma emancipação feminina, sendo ela política, sexual, cultural, enfim. São duas personagens que conduzem muito isso para o público".

E como é importante falar sobre o assunto...

"Essa é uma das novelas mais corajosas dos últimos tempos da TV Globo. Essa coisa da reparação histórica é algo que a gente falava muito. Mas tem um outro termo que eu adoro, que chama reconstrução de imaginário. É dar para um público carente dessa coisa que a gente fala hoje em dia, que é representatividade. É um 'E se', né? E se a gente falasse de um casal sáfico, um romance entre duas mulheres, uma querência entre duas mulheres em uma época que, às vezes, as pessoas acham até que não existia. Mas existe desde que mundo é mundo. Desde que existe querer, existe mulher querendo mulher, existe homem querendo homem, essa é a verdade".

E ainda estreou no mês do orgulho LGBTQIA+!

"Pra mim é extremamente simbólico e acho que eu encaro uma responsabilidade também de entregar para uma comunidade, a qual eu também faço parte, algo que eu gosto muito de falar que é reconstrução de imaginário, reconstruir o imaginário a partir das vivências de uma comunidade que é constantemente apagada. Me vejo num lugar muito honrada e também muito comprometida de fazer do meu corpo, do meu trabalho e de minha arte uma voz para tanta gente que às vezes não tem o microfone na mão, como eu tenho agora".

Como foram as gravações?

"Quero aproveitar para agradecer ao Papinha [diretor artístico] e ao George Moura e Sergio Goldenberg [autores], porque eu e Alinne tivemos uma liberdade absoluta de pegar o texto e adaptar, trazer para a embocadura, mas mais do que isso, nas dinâmicas de intimidade delas duas, nos encontros, na delicadeza, o toque, a sutileza, porque, querendo ou não, ainda assim era 1920, onde a repressão era muito maior do que existe hoje em dia. Ainda existe, quantas mulheres não morrem hoje em dia por causa da orientação sexual. Então como era naquele tempo? A gente teve um cuidado absoluto, uma liberdade absoluta de contar uma história e de reforçar para o público que elas existem desde sempre, vamos falar sobre essas mulheres".

Você e Otília tem em comum esse encantamento pela leitura. Mas você também é escritora, com livros lançados. Como está essa sua faceta?

"Tenho escrito, mas estou mais dedicada à escrita da literatura cinematográfica, estou escrevendo meu filme já tem alguns anos. A literatura é algo que realmente atravessa a minha alma de uma maneira imprescindível".

O que mais tem de Alice na Otília?

"Sou criada por um avô professor universitário e uma avó cabeleireira, que começaram a trabalhar novinhos. E minha bisa matriculou ele no projeto de Djalma Maranhão, que chamava De Pé no Chão Também se Aprende a Ler. Ele ia para essa escola de manhã, de terra batida, e de tarde ia para uma outra, em outro bairro, que era para ter a comida da manhã e da tarde. E meu avô é um doutor em cartografia, em geografia. Foi a pessoa que me deu educação, meu maior incentivador a ser artista, a ser apaixonada pelo país onde vivo. Mas mais do que ser apaixonada pelo Brasil, sou apaixonada pelo Nordeste. Então, história de cangaceiro, seja na música, nos livros, foi ele que me apresentou. Ele dizia que o conhecimento era a única coisa que ninguém poderia tirar de mim e que eu poderia ir para qualquer lugar do mundo lendo um livro. De alguma forma eu emprestava para Otília o coração daquele menino que não tinha chinelo para ir para a escola, mas que hoje é um doutor respeitado na universidade. Não sou uma atriz de domínios técnicos, nem me esmero muito nisso, mas uma coisa que gosto de fazer, além de contar a história, é misturar verdade com mentira. Pego a mentira, que é a história, e coloco a verdade, que é meu avô. É uma forma de estar perto das minhas origens. Quase tudo que faço é para ele ver, para a minha avó ver".

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