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Novela terá romance gay e homossexual que apanha de namorado

Escrita por um bissexual, ‘O Outro Lado do Paraíso’ promete incomodar quem não tolera a diversidade

16 out 2017 - 09h40
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Sai a trama do transexual homem entra um tórrido caso secreto entre dois homens e um gay ‘purpurinado’ vítima da violência de seus namorados.

‘O Outro Lado do Paraíso’ estreia na próxima segunda-feira, dia 23, no lugar de ‘A Força do Querer’. O folhetim de Walcyr Carrasco vai provocar a fúria de quem acusa a teledramaturgia de promover a homossexualidade.

Um dos destaques da novela será Samuel (Eriberto Leão), um psiquiatra com vida dupla. Ele faz questão de demonstrar ser um hétero ‘acima de qualquer suspeita’.

Samuel (Eriberto Leão), Cido (Rafael Zuku) e Nick (Fábio Lago): as dores e as delícias de ser gay, no horário nobre da TV.
Samuel (Eriberto Leão), Cido (Rafael Zuku) e Nick (Fábio Lago): as dores e as delícias de ser gay, no horário nobre da TV.
Foto: Estevam Avellar/TV Globo e Raquel Cunha/TV Globo

Na presença dos amigos e de funcionários do hospital onde é diretor, costuma soltar frases machistas e piadas homofóbicas.

Mas, longe do olhar severo da sociedade, o médico transa com homens e viverá um caloroso romance secreto com Cido, um rapaz viril e rústico interpretado por Rafael Zulu.

Esse relacionamento gay interracial tem potencial explosivo para incomodar o público conservador que adora criticar o liberalismo das novelas da Globo.

Pressionado pela mãe, Adneia (Ana Lúcia Torre), que sonha ver o ‘filho perfeito’ casado e com herdeiros, Samuel inicia um namoro de conveniência com a bela enfermeira Suzy, papel de Ellen Rocche.

Os dois chegarão a casar, mas o psiquiatra não deixará de se encontrar com Cido e vai fazer o possível para que sua verdadeira orientação sexual jamais seja descoberta.

Em outro núcleo de ‘O Outro Lado do Paraíso’ estará Nick, um cabeleireiro não apenas assumido como propositalmente ‘pintoso’, com direito a megahair e looks multicoloridos.

O personagem do ator Fábio Lago vai mexer num vespeiro: mostrar que existem muitos gays nordestinos, em contraponto à imagem do ‘cabra macho’.

Além disso, Nicácio – nome de batismo do tal – irá suscitar uma discussão a respeito da violência contra os homossexuais. Ele já apanhou de vários namorados e viverá novos episódios de homofobia.

O autor Walcyr Carrasco é um polemista talentoso. Criou um dos tipos gays mais populares da TV, o vilão Félix (Mateus Solano) de ‘Amor à Vida’ (2013-2014), sucesso de crítica e público com seu jeito afeminado.

No final daquela novela, o personagem ganhou a redenção e, com o companheiro Niko (Thiago Fragoso), deu o primeiro beijo gay da teledramaturgia da Globo.

Outros homossexuais famosos saídos da imaginação de Carrasco foram o booker Visky (Rainer Cadete) de ‘Verdades Secretas’ (2015), o costureiro Áureo (André Gonçalves) de ‘Morde & Assopra’ (2011) e o assistente de galeria de arte Cássio (Marco Pigossi) de ‘Caras & Bocas’ (2009-2010).

Em entrevista à edição de maio de 2013 da ‘Playboy’, o novelista comentou sobre sua própria sexualidade: “Eu sou bissexual, e acho que todo mundo é”.

Desde a estreia na teledramaturgia com ‘Cortina de Vidro’ (SBT), em 1989, Walcyr Carrasco, que também é jornalista e escritor, sempre abordou questões da sexualidade em suas tramas.

Em ‘O Outro Lado do Paraíso’, Samuel, Cido e Nick certamente vão suscitar embates inflamados, especialmente nas redes sociais, a respeito do prazer alheio.

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Fonte: Terra
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