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Painel de Di Cavalcanti está à venda por R$ 20 milhões

Exposta na SP-Arte 2019, obra de cores vivas foi pintada no México e atualmente pertence a colecionador brasileiro

5 abr 2019 - 03h10
(atualizado às 11h51)
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Um dos destaques da SP-Arte 2019, o painel Bumba Meu Boi chama a atenção de quem passa. Para além de estar em local privilegiado — junto a um dos primeiros estandes do Pavilhão da Bienal —, suas dimensões impressionam: são cinco metros de comprimento e um e noventa de largura.

 Retrato do pintor Emiliano Di Cavalcanti ao lado de algumas de suas obras de arte, em 1972
Retrato do pintor Emiliano Di Cavalcanti ao lado de algumas de suas obras de arte, em 1972
Foto: ANTONIO LÚCIO / Estadão

Quem ainda não conhece a obra chega mais perto e descobre: trata-se de um fidedigno Di Cavalcanti. Pertencente a um colecionador privado e exposto sob consignação pela Galeria Almeida e Dale, está à venda para o público que frequenta o festival. O valor? 20 milhões de reais.

"A obra atraiu muita gente, é um destaque da feira. Por aqui, só hoje, já passaram peruanos, chilenos, etc.", conta Antonio Almeida, sócio-proprietário da instituição que leva seu sobrenome.

Pintado em 1960, durante uma das passagens do autor pelo México, Bumba Meu Boi é um dos muitos painéis produzidos pelo artista durante a década, marcada pelo encontro entre a arte e a arquitetura modernistas. A obra foi premiada com medalha de ouro na II Bienal Interamericana e já foi destaque no festival Art Rio 2018.

"Di Cavalcanti sempre teve uma cerca vocação muralista", afirma a curadora Denise Mattar. "É uma vertente estilística mais voltada a preencher amplos espaços, com traços mais largos. Isso acaba dando ondulação para o trabalho dele", completa.

O público-alvo de um quadro como Bumba Meu Boi são colecionadores privados, que desejam ter uma obra renomada em casa e criar um bom acervo pessoal. O hábito costuma ser de família e carregar a história de várias gerações.

Biografia do pintor. O carioca Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo nasceu em 1897 e tornou-se um dos nomes mais importantes do movimento modernista brasileiro. Junto a outros artistas como Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, idealizou a Semana de Arte Moderna de 1922.

Conhecido como Di Cavalcanti, tem a carreira marcada por obras de engajamento social, retratando trabalhadores e periféricos como expressões daquilo que chamava de 'brasilidade'. Entre suas principais obras, estão Mulatas (1928) e Cinco Moças de Guaratinguetá (1930).

Foi filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCB) e perseguido durante o Estado Novo, quando refugiou-se temporariamente em Paris. Morreu em 1976.

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Estadão
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