PUBLICIDADE

Crítica O Problema dos 3 Corpos | Obra da Netflix é sci-fi grandioso e brilhante

O Problema dos 3 Corpos chega nesta quinta-feira (21) à Netflix; série é sci-fi grandioso e brilhante que tem tudo para conquistar os fãs de ficção científica

20 mar 2024 - 21h06
(atualizado em 21/3/2024 às 11h48)
Compartilhar
Exibir comentários

Desde 2020, quando veio a público que a dupla de criadores de Game of Thrones, David Benioff e D. B. Weiss, em parceria com o escritor Alexander Woo (The Terror: Infamy), seriam os responsáveis por adaptar o clássico moderno de ficção científica O Problema dos 3 Corpos, muito se especulou sobre como o trio conseguiria transpor essa complexa história para uma série de TV.

Foto: Netflix / Canaltech

O show — primeiro projeto feito pela dupla de GoT desde que fechou um acordo milionário com a Netflix —, chega na próxima quinta-feira (21) ao streaming, levando a história do livro, o primeiro da famosa trilogia escrita por Liu Cixin, para a telinha.

Dividido em oito episódios com média de 1h de duração cada, o título apresenta uma história grandiosa, que envolve passado, presente e futuro e fala sobre o maior conflito já imposto à humanidade. Uma trama impressionante, não apenas por seu visual e cenas impactantes, mas também pelos questionamentos que levanta e que suscitam reflexões cientificas e filosóficas.

Uma história que atravessa o tempo e o espaço

Dividida em duas linhas temporais, O Problema dos 3 Corpos tem início na Pequim da década de 1960, durante a Revolução Cultural Chinesa, momento em que a jovem astrofísica Ye Wenjie vê seu pai ser espancado até a morte devido aos seus "ideais revolucionários".

Considerada uma traidora da pátria, ela vive um calvário de punições pelo interior da Mongólia até encontrar exílio na Base Costa Vermelha, um projeto militar secreto do governo chinês para o qual Ye é convocada devidos aos seus conhecimentos científicos.

A princípio sem muitas pistas sobre o que está fazendo, Wenjie aos poucos descobre qual é o verdadeiro objetivo do projeto. E, dedicada à missão para a qual foi atribuída, toma uma decisão que repercute pelo tempo e pelo espaço, trazendo catastróficas consequências para a humanidade.

Ye Wenjie na Base Costa Vermelha (Divulgação/Netflix)
Ye Wenjie na Base Costa Vermelha (Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Mais de quarenta anos depois, agora já na Londres dos dias atuais, o show nos apresenta aos "cinco de Oxford", um grupo de jovens cientistas, amigos e ex-colegas de faculdade, que veem suas vidas serem reviradas quando dezenas de colegas começam a se suicidar sem aparente explicação.

Um mistério que chama atenção das autoridades e parece estar relacionado à própria Física — que do dia para a noite passou a ter diversos de seus conceitos questionados — e de um jogo de realidade virtual altamente tecnológico.

Ciência é vital, mas não maçante

Conforme avança em seus episódios e desenvolve a trama vencedora do Hugo Awards (o "Oscar" das obras de fantasia e ficção científica), a série da Netflix busca enxugar e simplificar muitos dos conceitos científicos apresentados no livro e que, bem sabem os fãs da trilogia, tornam suas páginas tão complexas.

Transpondo para a TV aquilo que de fato é essencial para a narrativa e pode ser explicado sem a necessidade de conhecimento prévio, a obra adapta várias questões científicas para uma linguagem mais coloquial e de fácil compreensão. Uma escolha estilística que não afeta o desenrolar da história ou torna a obra "mais pobre" do que seu material original, mas mostra, no entanto, um lado mais interessante e provocativo da ciência.

Questões científicas são a base de O Problema dos 3 Corpos (Imagem: Divulgação/Netflix)
Questões científicas são a base de O Problema dos 3 Corpos (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Sem perder de vista o verdadeiro tema debatido na produção — o contato da raça humana com uma civilização alienígena —, O Problema dos 3 Corpos traz problemas científicos condensados à história, que são sim essenciais para a trama, mas não soam chatos ou maçantes.

Tudo aqui é explicado com clareza durante a própria narrativa, que tem o bônus de mostrar esses conceitos e problemas de uma maneira não apenas prática, mas visualmente impressionante.

Produção tem visual arrebatador

É o visual, inclusive, um dos pontos mais altos da obra de David Benioff, D. B. Weiss e Alexander Woo. Como toda boa obra de ficção científica (especialmente uma "cabeçuda" como essa), tudo o que pode ser visto na tela, para além de conceitos ou diálogos, é importante para arrebatar e emocionar o público.

Imagens do jogo de realidade virtual da série são um espetáculo à parte (Imagem: Divulgação/Netflix)
Imagens do jogo de realidade virtual da série são um espetáculo à parte (Imagem: Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Na trama da Netflix, essas imagens assombrosas podem ser vistas em vários momentos, desde as cenas retratadas no espaço, passando por aquelas em que vemos o exército mongol de Genghis Khan ou quando uma armadilha assombrosa (e, obviamente, com bases científicas) recai sobre um navio petroleiro.

Impressionantes, essas imagens buscam acompanhar a grandiosidade da série, ao mesmo tempo em que são excelentes para demonstrar o poder da ciência e, muitas vezes, dos inimigos com que estamos lidando.

Tramas pessoais aproximam o público

Mas não são apenas de imagens — e de ciência — que é feita a nova série de sci-fi da Netflix.

Protagonizada por cinco personagens bastante distintos, os cientistas Jin Cheng (Jess Hong), Saul Durand (Joven Adepo), Auggie Salazar (Eiza Gonzaléz), Jack Rooney (John Bradley) e Will Downing (Alex Sharo), a produção tem o mérito de explorar, para além de conflitos científicos e interplanetários, conflitos pessoais, que ajudam o público a criar identificação com sua trama.

Os cinco de Oxford (Divulgação/Netflix)
Os cinco de Oxford (Divulgação/Netflix)
Foto: Canaltech

Enquanto os protagonistas vivem dilemas internos, que podem até soar pequenos diante da complexidade do que está acontecendo, é que a série da Netflix atinge seu momento de maior grandeza, já que reflete exatamente os sentimentos e características que tornam a humanidade tão única. 

Grandiosa e brilhante, O Problema dos 3 Corpos é uma série que mergulha sem medo no mundo da ficção científica, apresentando conceitos, mistérios e reviravoltas que todo fã do gênero adora acompanhar. Por outro lado, a série não mede esforços para criar identificação e ser interessante para o grande público, mostrando que há tanta complexidade no espaço quanto na existência de cada ser humano.

O Problema dos 3 Corpos chega nesta quinta-feira (21) à Netflix. O Canaltech teve acesso à série completa antes de sua estreia.

Trending no Canaltech:

Canaltech
Compartilhar
Publicidade
Publicidade