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Morgan Spurlock, diretor de "Super Size Me", morre aos 53 anos

Ele foi indicado ao Oscar com o documentário "Super Size Me - A Dieta do Palhaço", mas teve a carreira encerrada pelo movimento #MeToo

24 mai 2024 - 12h20
(atualizado às 13h03)
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Foto: Divulgação/Warrior Poets / Pipoca Moderna

O diretor Morgan Spurlock, que documentou no filme "Super Size Me: A Dieta do Palhaço" como é se alimentar somente de McDonald's, morreu aos 53 anos em decorrência de um câncer na quinta-feira (23), no interior de Nova York, nos Estados Unidos.

A informação foi confirmada pela família do cineasta. "Foi um dia triste, quando nos despedimos do meu irmão Morgan", lamentou Craig Spurlock, que trabalhou com o irmão em vários projetos. "Morgan deu muito através de sua arte, ideias e generosidade. Hoje o mundo perdeu um verdadeiro gênio criativo e um homem especial. Estou muito orgulhoso de ter trabalhado junto com ele."

O impacto de Super Size Me

Morgan Spurlock nasceu em 7 de novembro de 1970, em Parkersburg, nos Estados Unidos, e se formou em cinema pela Universidade de Nova York em 1993.

Ele obteve destaque logo na estreia como diretor, com o filme "Super Size Me" (2004), no qual conduziu um experimento alimentar por um período de 30 dias. Nas regras, o diretor não poderia consumir produtos fora do McDonald's e não poderia praticar tantas atividades físicas para corresponder ao perfil americano. Durante as filmagens, ele ganhou 25 quilos, entrou em depressão e teve disfunção hepática. Mas conquistou uma indicação ao Oscar e ganhou fama.

O filme arrecadou US$ 22 milhões nas bilheterias mundiais e desencadeou uma discussão sobre como a indústria de fast-food atrapalha a nutrição dos consumidores. A repercussão foi enorme. Na época, o McDonald's oferecia lanches "super-size", mas optou por descontinuar a opção após o lançamento do longa. Até hoje, o documentário segue utilizado como guia educacional em aulas de saúde.

Projetos posteriores

O sucesso do filme deu origem à produtora Warrior Poets, onde o cineasta produziu e dirigiu cerca de 70 documentários e séries televisivas de assuntos polêmicos. Os projetos abordaram questões como a guerra norte-americana no Afeganistão ("Onde está Osama Bin Laden no mundo"), além do salário mínimo e o trabalho imigrante ("30 Dias").

O diretor ainda foi responsável por provocar discussões sobre consumo de marketing ("O Maior Filme Já Vendido"), modificações corporais ("7 Pecados Capitais") e teve até sua própria série investigativa na CNN ("Morgan Spurlock Inside Man"), além de voltar a focar a indústria alimentícia em "Super Size Me 2: O Frango Nosso de Cada Dia", desta vez atrás do caixa, registrando como era abrir um restaurante de fast food. Fechando um ciclo, foi seu último filme, que teve première em setembro de 2017 no Festival de Toronto.

Polêmica do #MeToo

Três meses depois, em dezembro de 2017, quando o movimento #MeToo ganhava força na imprensa, o diretor foi denunciado e admitiu que era "parte do problema", confessando que participou de infidelidades em série e foi acusado de estupro na época da faculdade. A publicação encerrou sua carreira, e ele acabou deixando sua própria produtora.

Morgan Spurlock deixa dois filhos (Lake e Kallen), a mãe (Phyllis), o pai (Ben), os irmãos (Craig e Barry), além de vários sobrinhos e ex-cônjuges.

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