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Bem produzido, 'Xingu' apresenta uma realidade pouco conhecida

7 abr 2012 - 09h56
(atualizado em 7/4/2012 às 21h26)
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GISELE ALQUAS

Década de 1940. Em meio a floresta amazônica, há aqueles que lutavam para sobreviver em meio a um espaço disputado. Eles são os povos indígenas, de várias tribos, ameaçados por seringueiros que desejavam ocupar a área. Mas os índios contaram com o apoio de três homens que fizeram história no Brasil por defender aqueles que eram ignorados. Xingu, de Cao Hamburguer (Castelo Ra-Tim-Bum), que estreia nesta sexta-feira (6), retrata a história real dos irmãos Villas-Bôas Cláudio (João Miguel), Orlando (Felipe Camargo) e Leonardo (Caio Blat), pessoas fundamentais para a criação do Parque Nacional do Xingu.

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Os três se alistaram na Expedição Roncador-Xingu em uma missão para desbravar o Brasil Central e proteger os povos indígenas. O longa não explica exatamente o porquê os irmãos, do interior de São Paulo, largaram tudo para se aventurar na floresta. Mas ficou claro que os três tinham o mesmo objetivo em defesa dos índios. E buscaram, junto ao governo, soluções para salvar as aldeias que restaram, já que os locais eram tratados como "terras de ninguém".

Xingu, que mistura suspense, aventura e ação, contou com a produção de Fernando Meirelles. Orçado em R$ 14 milhões, foram cinco anos entre pesquisas e filmagens. O resultado foi um filme correto e bem produzido, porém situações que poderiam ser mais exploradas para impactar o público, apenas foram notadas, como o romance entre Leonardo e uma índia, o que provocou um escândalo na época e fez com que o caçula dos irmãos deixasse a expedição. Outra história de amor que ficou no ar foi entre Orlando e uma nativa. Se houve algo a mais ou não fica a cargo do espectador, que acompanha o "romance" apenas por troca de olhares entre eles, sem uma única palavra que pudesse sugerir algo.

A interpretação dos atores foi digna de aplausos. João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat estavam tão entrosados que pareciam - uma frase clichê - irmãos de verdade. Atenção também para a atuação dos índios, que mesmo não sendo atores, percebe-se a dedicação deles em trabalhar corretamente. Xingu foi inspirado no livro de memórias dos Villas-Bôas A Marcha para o Oeste, um diário que os irmãos escreveram durante toda a expedição, que durou 16 anos.

Claro que boa parte do público que não conhecia a história dos heróis - que em 1976 foram indicados ao Prêmio Nobel da Paz - ,continuará sem conhecer a afundo depois de assistir ao filme. Transformar uma longa biografia em 103 minutos é apenas para aguçar a curiosidade do espectador. Mas Cao Hamburguer e sua equipe conseguiram prender a atenção em uma obra com ritmo eletrizante do início ao fim. Xingu, sem sombra de dúvida, será um dos melhores filmes nacionais do ano e uma "flechada" na cara de boa parte da sociedade, que segundo o próprio diretor, ainda mantém preconceito contra os índios.

Foto: Divulgação
Fonte: Terra
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