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'Avatar 3' acerta com nova ameaça, mas já não causa o mesmo impacto dos capítulos anteriores

O terceiro filme da franquia iniciada por James Cameron em 2009 chega aos cinemas brasileiros com sessões antecipadas já nesta quarta-feira, 17 de dezembro

16 dez 2025 - 11h12
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Avatar: Fogo e Cinzas, terceiro filme da franquia iniciada por James Cameron em 2009, chega aos cinemas com um desafio: Avatar já não é mais novidade. Se no passado Pandora se impunha como experiência sensorial única, agora, este Avatar 3 precisa provar que o universo se sustenta para além do impacto tecnológico.

'Avatar 3' acerta com nova ameaça, mas já não causa o mesmo impacto dos capítulos anteriores (Divulgação/20th Century Studios)
'Avatar 3' acerta com nova ameaça, mas já não causa o mesmo impacto dos capítulos anteriores (Divulgação/20th Century Studios)
Foto: Rolling Stone Brasil

Em 2009, o primeiro filme redefiniu o cinema comercial ao transformar o 3D em sinônimo de experiência de imersão visual. Já a sequência Avatar: O Caminho da Água, lançada mais de uma década depois, em 2022, encontrou novos motivos para impressionar, seja pela clara evolução técnica ou pelas longas e detalhadas sequências subaquáticas.

O sucesso se confirmou quando o filme superou Titanic e se tornou a terceira maior bilheteria da história, atrás apenas do primeiro Avatar e de Vingadores: Ultimato (2019). Diante disso, o terceiro capítulo entra em cartaz com a missão de manter o público engajado quando o assombro visual já não é suficiente. Mas será que consegue?

Gravado em conjunto com O Caminho da Água, Fogo e Cinzas retoma a história exatamente do ponto em que o segundo filme terminou. Jake Sully (Sam Worthington, Fúria de Titãs), Neytiri (Zöe Saldaña, Emilia Pérez) e a sua família permanecem entre o clã Metkayina, o povo da água, enquanto tentam sobreviver emocionalmente à morte de Neteyam, o filho mais velho.

O luto atravessa todo o filme e se transforma no principal motor dramático da narrativa. Cada personagem reage de forma distinta à perda, e é nesse terreno mais íntimo que Cameron aposta para aprofundar nos personagens, deslocando o foco do impacto visual para as consequências humanas — no caso, Na'vi — da guerra e seus conflitos.

Ainda assim, o espetáculo visual, embora continue tecnicamente irrepreensível, já não carrega o mesmo poder de surpresa que os capítulos anteriores. A fauna e a flora de Pandora continuam impressionantes, mas são familiares, e isso faz com que sequências como as caçadas aos tulkuns ou os voos em ikrans sejam quase protocolares.

O interesse renasce quando o filme decide tensionar sua própria estrutura narrativa com novidades. A introdução do Povo das Cinzas, liderado por Varang (Oona Chaplin, Game of Thrones), amplia suas possibilidades dramáticas e dá real sensação de perigo para os Sully. Ao se tornar uma aliada inesperada de Quaritch (Stephen Lang, O Homem nas Trevas), inimigo recorrente de Jake, Varang se estabelece como uma ameaça mais instigante e menos previsível, apontando para um futuro em que Avatar precisa se reinventar a partir de novos antagonismos.

Nesse movimento, Fogo e Cinzas parece preparar o terreno para o fim de Jake Sully como protagonista absoluto. A ideia de passagem de bastão para a próxima geração se torna cada vez mais evidente, especialmente nos arcos dos filhos do personagem. No entanto, Cameron demonstra certa resistência em realmente abandonar seus personagens centrais. O resultado disso é um filme que assume plenamente sua condição de capítulo intermediário de uma saga planejada para cinco partes.

Arcos importantes seguem em aberto: a conexão de Kiri (Sigourney Weaver, Aliens: O Resgate) com Eywa ainda carece de maior definição, e Payakan, o tulkun ligado a Lo'ak (Britain Dalton), até recebe um arco de redenção, mas sua relação com o jovem Na'vi — tão bem construída no segundo filme — continua pedindo mais espaço e protagonismo.

No fim, Avatar: Fogo e Cinzas se define como o "filme do meio": continua o que já vinha sendo estabelecido, sem concluir muita coisa, deixando pontas soltas e ideias a serem mais desenvolvidas eventualmente. Sua força está no amadurecimento de seus personagens e não na reinvenção do espetáculo visual.

O principal destaque entre elenco e personagens está em Oona Chaplin e sua Varang, que surge como um dos grandes acertos da saga até então, trazendo uma ameaça mais perturbadora do que Quaritch jamais foi. É um filme que, à primeira vista, deve funcionar melhor como parte de um todo do que como obra isolada — mas isso só saberemos mesmo quando — e se — as partes 4 e 5 da franquia saírem do papel. Caso contrário, se o desfecho for aqui, será frustrante. Pandora e seus habitantes ainda têm muito a mostrar.

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