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Cultuado, musical 'Pippin' ganha nova versão que estreia no Rio

Espetáculo que foi dirigido por Bob Fosse é vista como o 'Hamlet' dos musicais

11 jun 2018 - 16h37
(atualizado às 17h10)
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A persistência é uma das principais características que rodeiam o musical Pippin, que estreia no dia 2 de agosto, no Rio. Afinal, desde 2015, os diretores e produtores Charles Möeller e Claudio Botelho detêm os direitos internacionais desse que é considerado o Hamlet dos musicais, graças à sua sofisticação cênica e às várias camadas interpretativas oferecidas por seu libreto. "Não conseguíamos o patrocínio necessário na época, mas não desistíamos", conta Möeller que, desde a semana passada, ensaia um poderoso elenco de 18 artistas, encabeçados por Felipe De Carolis, Totia Meireles, Nicette Bruno, Adriana Garambone e Jonas Bloch, que viverá Carlos Magno.

Justamente Carlos Magno é o rei cujo filho Pippin (De Carolis) vive em busca do autoconhecimento e do verdadeiro sentido da vida. Sua trajetória é narrada por uma trupe comandada por uma MC, mestre de cerimônias (Totia), que leva o rapaz até uma guerra, na intenção de se tornar herói. Frustrado com honraria, Pippin vai até sua avó Berthe (Nicette), exilada pela segunda mulher do rei, Fastrada (Adriana), em busca de sabedoria e recebe o conselho de aproveitar ao máximo sua juventude.

"O primeiro ato termina com Pippin decidido a fazer uma revolução contra o próprio pai", explica Möeller, sempre fascinado com o texto escrito e musicado por Stephen Schwartz e que, na estreia na Broadway em 1972, contou com a direção e coreografia de Bob Fosse. "O que me fascina, além das canções, é uma profundidade disfarçada em uma trama que, aparentemente, é lúdica e circense. Trata-se do mais revolucionário musical contemporâneo."

Möeller, que sempre faz minuciosas pesquisas antes de iniciar o trabalho de direção, observa que Pippin quebra parâmetros. "Schwartz vinha da criação de Godspell e, quando Fosse entrou no projeto, o musical ganhou camadas mais darks. Afinal, o protagonista é alguém com dúvidas, como qualquer pessoa da plateia, e, além disso, Pippin não tem qualquer apreço pelo 'american dream'", afirma o diretor. "Na verdade, ao ser coroado rei, ele passa a agir como o pai. Aliás, Pippin é profundo, com camadas agridoces: os revoltosos só querem o poder, sem se preocupar com mudanças."

Um dos mais revolucionários encenadores de todos os tempos, Bob Fosse incluiu detalhes ainda hoje assombrosos para um musical, como um trio que dança inspirado em Charles Manson, líder de uma seita que assassinou a atriz Sharon Tate em 1969 ou ainda ao criar um número que ressalta a libido da vovó Berthe. "Há muito cinismo, que deixa o musical ainda atual", diz Möeller, rindo ao lembrar de uma frase muito repetida na peça: "Fora, Carlos!". "Está no original."

Elenco

Felipe de Carolis - Pippin

Totia Meireles - M.C.

Adriana Garambone - Fastrada

Jonas Bloch - Carlos Magno

Cristiana Pompeo - Catharina

Luiz Felipe Mello - Theo

Nicette Bruno - Berthe

Guilherme Logullo - Lewis

Analu Pimenta Trupe

Bel Lima - Trupe

Rodrigo Cirne - Trupe

Sérgio Dalcin - Trupe

João Felipe Saldanha - Trupe

Bruninha Rocha - Trupe

Victoria Aguilera - Trupe

Jessica Amendola - Trupe

Daniel Lack - Trupe

Paulo Vitor - Trupe

Flavio Rocha - Trupe

Estadão
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