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Sandra Kogut leva seu filme 'Três Verões', com Regina Casé, para Toronto

Novo longa aborda efeitos da Lava Jato pelo ângulo dos empregados de uma família que vai presa

13 ago 2019 - 22h09
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Desde segunda, 12, Sandra Kogut comemora. Estará de volta ao Festival de Toronto, à mesma seção - World Contemporary Cinema - em que já apresentou Mutum e Campo Grande. "É uma mostra de lançamentos que representam as novas tendências do cinema mundial." Sandra conversa com o Estado pelo telefone, pouco antes de entrar no programa Estúdio i, da GloboNews, onde exerce a função de comentarista. Fala basicamente de cinema, mas o cinema, como diz, 'engloba tudo".

O novo longa chama-se Três Verões. Divide-se em três capítulos, todos correspondendo ao mesmo período - entre Natal e réveillon -, mas em anos diferentes: 2015, 16 e 17. Abordam a Lava Jato, mas por um viés muito particular. "Como todo mundo tenho acompanhado o que se passa no País. Até como comentarista, sou chamada a opinar sobre muita coisa que está ocorrendo. A ficção do filme, tenho de admitir, é muito influenciada pela realidade que vivo, que estamos vivendo, todo dia." Mas Sandra não quis filmar os protagonistas da Lava Jato. Prefere refletir a partir dos seus efeitos sobre os coadjuvantes dessa grande história.

Regina Casé é a protagonista e os três verões passam-se num condomínio de luxo do litoral fluminense. Regina não repete propriamente a doméstica de Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert. É uma espécie de governanta. Na ausência dos patrões, manda na casa. Quando eles estão presentes, é uma empregada, como os demais. Assim como ela, há outro personagem, também coadjuvante na Lava Jato, mas que sofre os efeitos da investigação. É o patriarca interpretado por Rogério Fróes, o pai do dono da casa, que vai preso.

Nas festas de 2015, há um vago temor do que talvez esteja por vir. Nas de 2016, a tragédia bate à porta. Em 2017, é o caos. Não é só o emocional dessas personagens que é abalado, a própria casa passa a espelhar a implosão desse mundo. "É um filme barato, feito com pouco dinheiro, mas muito empenho. E é a história que a gente não vê. Como pessoas anônimas, que não estão no noticiário, estão vivendo tudo isso. Estou muito curiosa para ver como Toronto, e depois, o público brasileiro, receberão o Três Verões", diz a diretora.

Estadão
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