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Diretor italiano de 'Eu, Capitão' lamenta derrota no Oscar

Matteo Garrone avaliou que 'era possível vencer'

17 mar 2024 - 13h39
(atualizado às 13h45)
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Por Francesco Gallo - ?Era possível vencer. Infelizmente, a campanha do Oscar não correu como deveria, não tivemos o distribuidor americano certo que investisse o necessário e, acima de tudo, ninguém nos disse que poderíamos concorrer em todas as categorias. Isso faz toda a diferença, pois é uma competição em que nem todos partem em pé de igualdade. Se você concorre em todas as categorias, tem como eleitores todos os dez mil membros da Academia, enquanto para a categoria de Melhor Filme Internacional, apenas mil votam."

Assim, no Bari International Film Festival, Matteo Garrone desabafa durante sua masterclass no Teatro Petruzzelli após a exibição de "Eu, Capitão", que acabou concorrendo ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional, sendo superado por "Zona de Interesse", do diretor inglês Jonathan Glazer.

E o cineasta continua sobre o tema do Oscar: "Os votantes ingleses são cerca de novecentos, enquanto os italianos são pouco mais de cem. Enfim, com a inscrição em todas as categorias, teríamos mais chances?.

Matteo Garrone, que recebe hoje (17) à noite no Petruzzelli o prêmio Mario Monicelli de melhor direção e o Prêmio Federico Fellini pela Excelência Cinematográfica, acrescenta: ??Eu, Capitão? é de qualquer forma um filme muito estranho. Foi rejeitado por alguns festivais e por muitos distribuidores, e até o fundo europeu Euroimages, que geralmente apoiava meus filmes, desta vez disse não. Não recebi nenhuma justificativa por escrito, mas quando perguntei, disseram-me que havia sido rejeitado ?porque tratava um tema tão dramático de forma aventureira??.

E o diretor de "O Embalsamador" lembra-se também, jocosamente, do que aconteceu em Bruxelas: "Fizemos uma exibição na sede do Parlamento Europeu, onde o filme recebeu uma longa ovação. E então, apenas duas semanas depois, no mesmo Parlamento, eles aprovaram uma lei sobre migrantes ainda pior?.

Garrone enfatiza como este filme é uma verdadeira "Odisseia contemporânea": "A realidade é muito mais dura e por isso trabalhei por subtração. Hoje em dia, é preciso considerar também o problema das redes sociais. Esses jovens africanos já vivem virtualmente em nosso país graças às imagens que postamos. Imagens que fazem com que imaginem que tudo seja fácil para nós, mas não é assim?.

?Felizmente, houve uma recepção extraordinária nas escolas graças a professores iluminados. Acredito que os jovens realmente possam mudar as coisas", avaliou.

O diretor então anunciou: "Em abril, iremos ao Senegal, onde tudo começou, e levaremos o filme às aldeias mais remotas com telas móveis. Ou seja, vamos voltar onde os dois protagonistas iniciantes, Seydou Sarr e Moustapha Fall, começaram sua jornada?.

Por fim, Paolo Del Brocco, CEO da Rai Cinema e coprodutor e distribuidor italiano de "Eu, Capitão", fez coro às declarações de Matteo Garrone sobre possíveis erros na promoção do filme para o Oscar: "A falta inicial de um distribuidor americano adequado e importante fez com que o filme não fosse inscrito em todas as categorias?.

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Ansa - Brasil   
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