Anna Wintour, que inspirou 'O Diabo Veste Prada', deixará o cargo de editora-chefe da Vogue
Wintour seguirá como diretora de conteúdo global da Condé Nast e diretora editorial global da Vogue, mas abrirá espaço para nova contratação
Anna Wintour deixará o cargo de editora-chefe da Vogue americana após quase 40 anos, mas continuará como diretora de conteúdo global da Condé Nast e da Vogue, marcando uma nova fase na reestruturação da empresa.
Anna Wintour não só redefiniu o jornalismo de moda nas últimas décadas, como também inspirou uma das vilãs mais icônicas da cultura pop: Miranda Priestly, a poderosa editora fictícia de O Diabo Veste Prada (2006), interpretada por Meryl Streep. Agora, após quase quatro décadas no comando da edição americana da Vogue, Wintour se despede do cargo de editora-chefe.
Embora deixe o posto mais simbólico da revista, Wintour, de 74 anos, não está se aposentando. Ela continuará como diretora de conteúdo global da Condé Nast e como diretora editorial global da Vogue, cargos que ocupa desde 2020 e que a colocam no topo da hierarquia da editora em escala mundial. A função que ela deixa será ocupada por um novo cargo, rebatizado como "chefe de conteúdo editorial", e faz parte de um processo de reestruturação da empresa.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Desde que assumiu a Vogue americana em 1988, Anna Wintour foi responsável por mudanças ousadas. Sua primeira capa trouxe a modelo israelense Michaela Bercu usando jeans desbotados, algo inédito até então. Ao longo dos anos, ela abandonou os ensaios fotográficos excessivamente produzidos em estúdio e apostou em imagens mais naturais, externas e com temas contemporâneos.
Em 1992, quebrou outra tradição ao colocar um homem na capa da revista pela primeira vez: o ator Richard Gere, ao lado da então esposa Cindy Crawford.
Wintour usou a Vogue como plataforma para lançar tendências, dar visibilidade a novos estilistas e até comentar comportamentos sociais. Ela também ficou conhecida por sua personalidade reservada, olhar incisivo por trás dos óculos escuros e exigência no trabalho -- traços que alimentaram a lenda em torno de sua figura, dentro e fora da moda.
O Diabo Veste Prada marcou o cinema ao oferecer uma visão dos bastidores do mundo da moda. Baseado no livro escrito por Lauren Weisberger, a autora foi assistente de Wintour na revista Vogue.
Portanto, quando a história sobre a jornalista Andy, assistente da poderosa e cruel Miranda Priestly, editora da revista fictícia Runway, alcançou fama mundial, não demorou para que leitores e espectadores ligassem os pontos.
Questionada sobre sua opinião quanto à obra, Wintour afirmou: "Cabe ao público e às pessoas com quem trabalho decidir se há alguma semelhança entre mim e Miranda Priestly".