O que muda com a nova lei de IA na segurança digital do Consumidor
Proteção de dados é base para mudanças na legislação sobre inteligência artificial no Brasil
Para muitos, a experiência de navegar no mundo digital tem sido marcada por termos de uso complexos e a sensação de serem meros "dados" em meio a algoritmos misteriosos. A boa notícia é que a chegada de uma nova legislação sobre inteligência artificial no Brasil promete trazer mudanças significativas, especialmente no que tange à segurança digital do consumidor.
Segundo Maurício Estewans, analista de sistemas e especialista em segurança cibernética, esta nova lei representa um alívio para quem se sente perdido neste cenário. Mas, afinal, o que muda na prática para você?
Segurança Digital: mais proteção virtual para você e sua família a partir de R$ 4,90 por mês.
Fim da "Caixa Preta" da IA
Uma das transformações mais notáveis é o fim da opacidade que muitas vezes envolvia os sistemas de Inteligência Artificial. Empresas não poderão mais usar a IA como uma "caixa preta".
Isso significa que decisões tomadas por sistemas automatizados que afetam diretamente o consumidor – como a recusa de uma oferta de crédito, um diagnóstico virtual ou uma recomendação de compra – terão que ser explicadas de forma clara. A lei exige que as companhias revelem quando um algoritmo está por trás de decisões que impactam o cidadão, o que é considerado um avanço importante.
Seus dados: consentimento explícito é chave
Outro ponto crucial abordado pela legislação é o tratamento de dados pessoais no treinamento de IAs. A nova regra proíbe o uso indiscriminado de informações sensíveis – como orientação sexual, religião ou histórico médico – sem um consentimento explícito do titular.
Em termos práticos, se uma plataforma deseja utilizar seus dados para "ensinar" um algoritmo, ela terá que pedir sua permissão primeiramente, e você terá o direito de recusar sem o receio de perder o acesso ao serviço.
Direito de questionar e corrigir decisões automatizadas
Já imaginou ser identificado erroneamente por um sistema de reconhecimento facial e não ter como contestar? Essa situação, antes difícil, muda com a nova lei. Agora, o consumidor terá um canal direto para questionar as decisões automatizadas e até solicitar uma revisão humana.
Este mecanismo é visto como um passo fundamental para reduzir vieses e corrigir erros que, até então, ficavam justificativas genéricas como "é a inteligência artificial, não temos controle".
Empresas sob pressão: multas pesadas
Para o setor empresarial, a lei traz um lado menos confortável: a previsão de multas pesadas em casos de vazamentos de dados ou uso inadequado da IA. Para o consumidor, isso se traduz em uma pressão maior para que as empresas invistam efetivamente em segurança cibernética.
Como pontua Maurício Estewans, "onde há risco financeiro, há prioridade", indicando que a ameaça de sanções deve impulsionar a melhoria das práticas de segurança por parte das companhias.
O que você pode fazer?
Embora a lei represente um avanço, ela não é perfeita e ainda enfrenta desafios técnicos. No entanto, há atitudes que o consumidor pode tomar para reforçar sua segurança digital
- Leia as atualizações de privacidade: as empresas terão que informar como utilizam IA.
- Use ferramentas de controle: navegadores e extensões podem ajudar a bloquear rastreamentos invisíveis.
- Faça perguntas: se uma decisão automatizada te afetar, exija explicações. É um direito seu.
A nova legislação busca equilibrar a balança entre a inovação trazida pela IA e os direitos básicos dos cidadãos. Ainda segundo Estewans, que já presenciou os impactos de algoritmos mal configurados, “estamos caminhando para um ambiente digital ‘menos selvagem’”.
Segurança Digital: mais proteção virtual para você e sua família a partir de R$ 4,90 por mês.