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Estudos acusam Uber de aumentar os lucros às custas de motoristas e passageiros

Pesquisas feitas no Reino Unido e Estados Unidos questionam a transparência dos algoritmos da empresa; empresa diz que sua precificação é projetada para ser transparente e justa

25 jun 2025 - 18h12
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Dois estudos independentes, realizados por universidades de prestígio, apontam que o Uber tem utilizado algoritmos pouco transparentes para aumentar sua lucratividade, resultando em aumentos nas tarifas dos passageiros e na redução dos ganhos dos motoristas.

Ambas as pesquisas apontam que, embora as tarifas dos passageiros tenham aumentado, os motoristas viram seus ganhos diminuírem, enquanto a participação da empresa sobre as tarifas disparou.

A pesquisa conduzida por acadêmicos da Universidade de Oxford revelou que, desde a implementação do algoritmo de "precificação dinâmica" em 2023, os motoristas do Reino Unido enfrentaram uma queda substancial em seus rendimentos por hora.

Embora os passageiros estejam pagando mais pelas viagens, os motoristas não veem uma compensação proporcional, já que a comissão do Uber subiu de 25% para 29%, e, em alguns casos, ultrapassou 50%. O estudo analisou dados de mais de 1,5 milhão de viagens realizadas por 258 motoristas no Reino Unido entre 2016 e 2024.

O impacto desse modelo foi mais acentuado para motoristas de viagens de maior valor, que, embora gerem mais receita para a plataforma, veem uma maior fatia das tarifas sendo retida pelo Uber.

"Quanto maior o valor da viagem, maior o corte do Uber", explicou Reuben Binns, um dos autores do estudo. Os pesquisadores alertam para um aumento da desigualdade na distribuição de ganhos, com os motoristas ficando com uma parte cada vez menor do que os passageiros pagam.

Poucos dias depois, um estudo da Columbia Business School, de Nova York, corroborou com as conclusões da pesquisa britânica, ampliando as acusações contra a empresa.

Os acadêmicos americanos, que analisaram mais de 24 mil viagens realizadas por um único motorista nos Estados Unidos, descobriram que o Uber usou um sistema de "discriminação algorítmica" para aumentar as tarifas dos passageiros e reduzir o pagamento aos motoristas.

O estudo apontou que, desde a implementação integral da "cobrança antecipada" nos EUA, em 2022, a participação do Uber nas tarifas aumentou de 32% para 42%, enquanto os motoristas receberam menos por suas viagens.

A empresa refutou as conclusões dos estudos, alegando que seus algoritmos de precificação são transparentes e justos, e que os motoristas têm acesso a informações claras sobre os ganhos antes de aceitar uma viagem.

Em resposta ao estudo da Columbia Business School, um porta-voz do Uber disse que "A precificação do Uber é projetada para ser transparente e justa tanto para passageiros quanto para motoristas. A precificação antecipada dá clareza aos passageiros antes que eles façam a reserva e permite que os motoristas tomem decisões informadas com base na visibilidade total sobre o pagamento, distância e duração esperada."

"Nossos algoritmos de precificação dinâmica ajudam a equilibrar a oferta e demanda em tempo real para melhorar a confiabilidade em toda a plataforma", continua. "As cobranças antecipadas não são personalizadas - nossos algoritmos de precificação não utilizam informações sobre as características pessoais de um passageiro ou motorista. Sugestões de que nossos sistemas manipulam os preços de forma injusta ou discriminatória são simplesmente falsas e não são apoiadas por evidências."

Os estudos surgem após os Uber Files, uma investigação global realizada em 2022 que apontou que o Uber estava manipulando informações sobre seus motoristas e influenciando políticas públicas e regulatórias.

Estadão
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