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Pesquisa

Brasileiras descobrem por que células com câncer não envelhecem

1 jul 2011 - 09h38
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Ao contrário de uma célula sadia, a célula cancerígena não entra em senescência, ou seja, não envelhece. Uma nova pesquisa, com resultados publicados nesta sexta-feira na revista Science, identificou dois genes que estão envolvidos na maior durabilidade das células cancerígenas. O estudo foi feito por cientistas do Departamento de Patologia do Johns Hopkins Medical Institutions, nos Estados Unidos, em parceria com duas cientistas brasileiras: a pesquisadora Sueli Mieko Oba-Shinjo e a professora Suely Kazue Nagahashi Marie, do Departamento de Neurologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). As informações são da Agência Fapesp.

Americana passa por transplante de face e das duas mãos em hospital de Boston, nos EUA. Ela teve o rosto deformado e ficou cega após um ataque de um chimpanzé em 2009
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Foto: Reuters

O envelhecimento celular é determinado pelo mecanismo molecular caracterizado pelo encurtamento do telômero - parte da sequência de DNA que protege as extremidades dos cromossomos. Nesse mecanismo, os telômeros ativam a enzima telomerase, que provoca seu encurtamento. Mas isso não ocorre em células cancerígenas, uma vez que elas não produzem essa enzima.

O estudo revela uma nova via em células cancerígenas - independente da telomerase - para a manutenção do comprimento do telômero. O trabalho identificou, por meio de uma técnica chamada "hibridização in-situ com marcadores fluorescentes específicos de telômeros" (FISH, na sigla em inglês), dois genes encontrados com alta frequência em tumores, denominados ATRX e DAXX. Esses genes são responsáveis por manter o comprimento dos telômeros, evitando o envelhecimento das células cancerígenas.

Para os pesquisadores, o objetivo a ser atingido com o estudo é detectar a doença o quanto antes para evitar o crescimento do tumor sólido. "Essas são mutações genéticas que só existem nos tumores. Se conseguirmos rastreá-las durante a evolução do paciente será possível saber, precocemente, se o tumor voltou ou se está crescendo", disse Marie.

Segundo a pesquisadora Marie, os genes ATRX e DAXX apresentaram mutações em alguns tipos de câncer. "Todos os genes com uma grande alteração na sequência tinham o telômero mais preservado", disse. Essa mutação foi detectada pela primeira vez em carcinomas de pâncreas, mas o grupo também identificou a mutação em outros 447 tipos de câncer, entre deles um tumor maligno que ataca o sistema nervoso central.

Fonte: Terra
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