Motoboys fazem paralisação contra nova taxa de entrega do iFood, de R$ 3,30

Segundo empresa, valor é parte do pagamento no novo modelo de entrega, a subpraça, que motiva greve no interior paulista

11 set 2025 - 07h15
Resumo
Motoboys de Campinas (SP) farão paralisação contra o modelo de entrega "subpraça" do iFood, que está sendo implantado em várias cidades. Empresa defende ganhos superiores e adesão opcional ao sistema.
Entregadores de Campinas (SP) farão paralisação contra "subpraça", novo modelo de trabalho do iFood, com taxa de entrega a R$ 3,30.
Entregadores de Campinas (SP) farão paralisação contra "subpraça", novo modelo de trabalho do iFood, com taxa de entrega a R$ 3,30.
Foto: Marcos Zibordi

Entregadores de Campinas (SP) farão paralisação entre 12 e 14 de setembro contra o novo modelo de entrega do iFood, a “subpraça”, que vem sendo implantada em diversas cidades. Estão previstas motociatas a shoppings e ao escritório do aplicativo, suspensão de entregas e aula pública.

Segundo um dos organizadores da paralisação, Gênesis Benedito da Silva, de 47 anos, o modelo de subpraça amplia o controle sobre os trabalhadores, pois “segmenta as regiões de operação, que ficam pequenas”. O pagamento por entrega — R$ 3,30 — estaria violando o valor reajustado pelo iFood em abril: R$ 7,50 para motocicletas e R$ 7,00 para bicicletas.

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“Estou com expectativa grande, vai vir gente de São Paulo, Sorocaba, Mogi Guaçu. É difícil reunir o pessoal, mas não é impossível”, diz Silva. Ele explica que, conforme a classificação do entregador no aplicativo, o agendamento de trabalho vai para a subpraça – que acaba predominando.

Protesto de motoboys diante da São Paulo Expo, onde o iFood realiza evento de gastronomia durante dois dias
Foto: Breque Nacional

Valores do iFood e dos entregadores divergem

O iFood chama a “subpraça” de +Entrega. Segundo nota enviada à reportagem, o modelo oferece “maior previsibilidade e segurança nos ganhos”. A empresa afirma que “os R$ 3,30 representam apenas uma parte da remuneração, somando-se ao valor por hora disponível” e que, em Campinas, quem “optou” pelo novo modelo tive um “ganho médio 40% superior”.

Segundo cálculos dos grevistas de Campinas, divulgadas nos chamamentos à paralisação, “num turno de três horas com cinco entregas, o valor total chega a R$ 45 – mas somente se o trabalhador cumprir todas as corridas, sem direito de recusar pedidos e permanecendo preso à área delimitada pela empresa”.

O iFood apresenta a subpraça como um “modelo operacional que está sendo implementado gradualmente em diferentes regiões do país, e cuja adesão é totalmente opcional”. Já Silva alega que “a subpraça reina; quem é nível 1 ou 2 só consegue subpraça”. Os níveis são classificações dos trabalhadores no aplicativo, que vão de 1 a 3.

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Fonte: Visão do Corre
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