Brigadeiros bateram recorde de pedidos em aplicativo em cinco estados brasileiros, com São Paulo liderando o consumo; pequenos empreendedores impulsionam o mercado, sendo essa a principal fonte de renda de mulheres periféricas.
Em setembro, os pedidos de brigadeiros por aplicativo superaram o total de 2024, chegando a 7 milhões em São Paulo, o estado que mais consome o doce no país, segundo levantamento do iFood ao Visão do Corre. Só na capital, foram 2,3 milhões de pedidos.
Os números representam aumento de 48% em relação ao ano passado e de 89% na comparação com 2023. “Nossos dados mostram que o brigadeiro vai muito além de ser uma sobremesa amada pelos brasileiros. É fonte de renda, principalmente para pequenos e médios empreendedores”, explica Rafael Corrêa, do iFood.
Entre 2023 e 2024, o aplicativo incorporou 35% a mais de pequenos, médios e grandes estabelecimentos que vendem brigadeiro. “Está entre os itens mais vendidos no iFood”, diz Corrêa. O top cinco dos estados que mais consomem brigadeiro é liderado por São Paulo, seguido por Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Bahia.
Qual o perfil de quem empreende no ramo dos brigadeiros?
Pesquisa da Harald e da ZupGo com confeiteiros, incluindo os que fazem brigadeiros, mostrou que a maioria, formal ou informal, está no Sudeste. As empreendedoras são mulheres que trabalham sozinhas, quase todas em casa, tendo a fabricação de doces como única fonte de renda.
A maioria dos negócios surgiu durante a pandemia, com vendas feitas principalmente sob encomenda. Bolos e doces representam fatias semelhantes do mercado (29% e 28%), e metade dos empreendimentos possui CNPJ.
“Nos últimos anos, percebemos um movimento consistente de pessoas transformando o brigadeiro em fonte real de renda. Seja para complementar o salário ou para iniciar um negócio próprio, ele se mantém como o doce mais democrático do Brasil”, afirma Jonatas Fróes, da Harald, indústria de chocolates e coberturas.
Sete em cada dez negócios de confeitaria têm marca, mas não registrada. A pesquisa Harald e ZupGo aponta que a maior parte das vendas ocorre na Páscoa e que 56% das pessoas que empreendem enfrentam dificuldades com marketing digital. Metade possui graduação ou pós-graduação.