Com a chegada do período de férias e o aumento das viagens em família, o planejamento antecipado se torna um aliado fundamental para garantir trajetos mais tranquilos e seguros, especialmente quando há crianças envolvidas.
Mais do que escolher o destino,é fundamental considerar a rotina, os horários e as necessidades dos pequenos, fatores que fazem toda a diferença na experiência de viagem.
Segundo a psicopedagoga Paula Furtado, a antecipação é o principal fator para reduzir o estresse durante o deslocamento. "Viajar com crianças exige prever alimentação, descanso, distração, temperatura e segurança. A criança não se adapta ao adulto correndo; é o adulto que precisa ajustar o ritmo", explica.
Além do aspecto prático, a especialista ressalta que as viagens também exercem um papel importante no desenvolvimento infantil.
"Elas ampliam repertório, fortalecem vínculos familiares e ajudam a criança a lidar com novidades e pequenas frustrações. Viajar também é aprendizado emocional e social", afirma.
Adaptação da rotina traz mais segurança emocional
Nesse contexto, organizar a rotina antes da viagem contribui para que a criança se sinta mais segura e preparada para as mudanças. De acordo com Paula, a previsibilidade reduz a ansiedade e ajuda a evitar comportamentos de estresse nos dias que antecedem o deslocamento.
Ajustar gradualmente os horários de sono, manter refeições equilibradas, reduzir estímulos intensos à noite e conversar sobre o que vai acontecer são atitudes simples que facilitam a adaptação.
"Preparar a criança com pequenas mudanças na dinâmica diária contribui para um deslocamento mais leve para toda a família", acrescenta.
Atenção aos sinais durante viagens longas
Já em trajetos mais longos, é comum que crianças manifestem cansaço ou desconforto. Irritabilidade, choro repentino, dificuldade para permanecer sentada, tensão corporal e recusa alimentar são sinais de alerta que merecem atenção.
Quando esses comportamentos surgem, o ideal é pausar, acolher a criança e reorganizar o ambiente antes de seguir viagem.
A especialista destaca, ainda, que o repertório infantil durante deslocamentos é limitado, o que torna essencial o papel dos adultos em transmitir calma e segurança.
Atividades simples, como cantar, contar histórias, observar a paisagem ou propor pequenos jogos, ajudam a transformar o tempo de viagem em uma experiência mais positiva.
"Não existe viagem perfeita, existe a viagem possível. Quando a família prioriza o vínculo e o bem-estar, a experiência se torna mais segura e afetiva para a criança", conclui Paula Furtado.