A recente decisão da influenciadora Ingrid Ohara de realizar seis procedimentos cirúrgicos estéticos em uma única intervenção reacendeu um debate importante sobre os limites da segurança em cirurgias plásticas combinadas. Entre as intervenções realizadas estão: Lipo Ultra HD 360, lipoenxertia glútea, prótese de mama, remodelação costal, ninfoplastia e hernioplastia umbilical.
Nas redes sociais, Ingrid contou aos seguidores que a intenção inicial era fazer apenas uma lipoaspiração nos braços, mas acabou ampliando os planos. “A minha primeira reunião foi para fazer só uma lipo nos braços. Eu engordei e emagreci algumas vezes ao longo da minha vida e fiquei flácida. Eu treino, me alimento bem, mas teve uma fase que engordei 20 quilos, depois emagreci, e isso deixou marcas. Esse ano perdi muita gordura e fiquei sem nada de seio. Aí uma coisa foi levando à outra”, relatou a influenciadora que tem mais de 12 milhões de seguidores no Instagram.
Embora cada um dos procedimentos realizados por Ingrid seja relativamente comum de forma isolada, especialistas alertam para os riscos de associar múltiplas técnicas em uma única sessão cirúrgica. A cirurgiã plástica Dra. Chreichi L. Oliveira explica que a prática pode ser indicada em casos específicos, mas requer planejamento minucioso e equipe experiente.
“Entre os benefícios, está a possibilidade de alcançar uma transformação corporal mais completa em menos tempo, reduzindo o número de internações, de anestesias e de afastamentos das atividades do dia a dia. Para alguns pacientes, isso significa praticidade e até economia no processo”, afirma a médica.
Por outro lado, os riscos crescem na mesma proporção da complexidade da cirurgia.
“Cirurgias prolongadas sobrecarregam o organismo, elevam a chance de complicações como sangramentos, infecções, trombose e até complicações anestésicas graves. Além disso, a recuperação se torna mais complexa, já que diferentes áreas do corpo precisam cicatrizar simultaneamente”, alerta.
Outro fator determinante é o tempo cirúrgico seguro. “Cada minuto a mais na mesa de cirurgia eleva o risco do paciente. Por isso, a indicação de combinar procedimentos deve ser muito bem avaliada e nunca baseada apenas no desejo de resultados rápidos”, reforça a especialista.
Avaliação individual é essencial
Segundo a Dra. Chreichi, não existe um protocolo fixo que defina quando é seguro combinar procedimentos. A decisão deve levar em conta o estado de saúde geral do paciente, os exames pré-operatórios, o perfil físico e emocional e, principalmente, a experiência da equipe médica.
“Quando bem planejadas e em casos selecionados, algumas combinações de cirurgias podem ser seguras. O que não pode acontecer é banalizar a prática ou tratar o corpo como se fosse um objeto a ser esculpido de uma só vez”, conclui.