Com os avanços da medicina veterinária e a maior conscientização dos tutores, os cães estão vivendo mais, e isso traz um novo desafio: como garantir qualidade de vida na velhice? Assim como acontece com os humanos, o processo de envelhecimento nos animais exige adaptações na rotina, na alimentação e na saúde. Especialistas apontam que a atenção redobrada pode fazer toda a diferença na longevidade dos pets.
A fase sênior varia conforme o porte. Animais pequenos costumam envelhecer mais lentamente e entram na “terceira idade” por volta dos 10 anos. Já os de grande porte podem apresentar sinais de envelhecimento a partir dos 7 ou 8 anos. Mudanças de comportamento, sono mais longo, redução no ritmo das brincadeiras e dificuldades motoras são alguns dos primeiros indícios.
Consultas veterinárias mais frequentes
Durante o envelhecimento, os check-ups devem se tornar mais regulares. Enquanto cães adultos costumam visitar o veterinário uma vez ao ano, os idosos precisam de avaliações semestrais ou até trimestrais.
Nesses acompanhamentos, são feitos exames de sangue, ultrassom, avaliação cardíaca e testagens específicas para doenças comuns em idosos, como insuficiência renal, artrose, hipotireoidismo e problemas cardíacos.
Alimentação ajustada à nova fase
A dieta de um cão idoso precisa ser mais leve, de fácil digestão e adaptada ao metabolismo mais lento. Rações “senior” contêm níveis adequados de proteínas, fibras e antioxidantes para preservar massa muscular e apoiar o sistema imunológico.
Veterinários recomendam evitar petiscos gordurosos e controlar as calorias, já que o ganho de peso é comum nessa etapa. Em alguns casos, suplementos como ômega-3 e condroitina podem ser indicados para auxiliar as articulações.
Rotina de exercícios: menos intensidade, mais constância
Caminhadas curtas e frequentes são mais adequadas do que exercícios intensos. O objetivo é manter o cão ativo, fortalecer músculos e preservar a mobilidade sem causar dor.
Atividades dentro de casa, como brinquedos interativos para estimular o raciocínio, também são úteis para evitar o declínio cognitivo, condição semelhante à demência em humanos.
Conforto dentro de casa
Adequar o ambiente é fundamental. Camas ortopédicas, tapetes antiderrapantes e ralinhos protegidos evitam quedas. Tigelas elevadas ajudam cães com dor cervical, enquanto rampas podem substituir degraus que se tornam difíceis de subir.
" Rampas para diminuir um pouco o impacto do dia a dia, pode ser que o cachorro de vez em quando pule e não use a rampa, mas ele tem a opção, e se no dia a dia ele usar a rampa, melhor ainda, vai ter menos impacto", sugeriu o médico veterinário Alexandre Rossi, mais conhecido como Dr Pet, e especialista em comportamento animal em seu canal do Youtube.
A sensibilidade ao frio aumenta com a idade, por isso cobertores extras e locais abrigados fazem diferença, especialmente no inverno.
"O cachorro mais velhinho começa a sentir mais frio, é normal o metabolismo abaixar um pouco, não demais, demais pode ser hipotiroidismo, por exemplo, mudanças muito bruscas, é importante falar com um médico veterinário, mas é normal ele sentir um pouco mais de frio. Então caminhas que sejam mais acolchoadas, mais protegidas são melhores", diz o especialista.
Atenção à dor e aos sinais de alerta
Muitos tutores não percebem quando o animal está sofrendo, pois os cães tendem a esconder a dor. Manqueira, irritação, dificuldade para deitar ou levantar, perda de apetite e lambedura excessiva em uma área específica são sinais de que algo está errado.
Qualquer mudança no comportamento deve ser comunicada ao veterinário.