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Dezembro Vermelho: saiba mais sobre o mês da prevenção ao HIV e outras ISTs

Dezembro Vermelho reforça a importância da informação, da prevenção combinada e do combate ao estigma no enfrentamento do HIV e das ISTs

22 dez 2025 - 15h09

Dezembro ganhou um tom simbólico no calendário brasileiro. Instituído pela Lei nº 13.504, em 2017, o Dezembro Vermelho é um movimento nacional que convida a sociedade a olhar com mais atenção para o HIV, a aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Mais do que um mês de alerta, a campanha propõe conscientização contínua, acesso à informação de qualidade, fortalecimento da prevenção e defesa dos direitos das pessoas que vivem com o vírus.

Campanha Dezembro Vermelho alerta para HIV e ISTs, destaca prevenção, tratamento gratuito pelo SUS e a importância de combater o preconceito
Campanha Dezembro Vermelho alerta para HIV e ISTs, destaca prevenção, tratamento gratuito pelo SUS e a importância de combater o preconceito
Foto: Reprodução: Canva/Fabian Montaño / Bons Fluidos

Ao longo do mês, ações educativas, campanhas de mídia, palestras, eventos e a iluminação de prédios públicos com luz vermelha ajudam a ampliar o diálogo sobre o tema e a reduzir o preconceito que ainda envolve o diagnóstico.

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Entender o HIV é o primeiro passo

O HIV é o vírus que ataca o sistema imunológico, comprometendo as células de defesa do organismo, especialmente os linfócitos T CD4+. Sem tratamento, essa infecção pode evoluir para a aids, fase em que o corpo se torna mais vulnerável a doenças oportunistas, como tuberculose e alguns tipos de câncer.

Mas é fundamental esclarecer: ter HIV não é o mesmo que ter aids. Muitas pessoas vivem por anos com o vírus, sem sintomas, desde que estejam em acompanhamento médico. Ainda assim, a transmissão pode ocorrer se não houver medidas de prevenção adequadas.

Como ocorre a transmissão

O HIV é transmitido principalmente pelo contato com fluidos corporais infectados. As formas mais comuns incluem: relações sexuais sem preservativo (vaginal, anal ou oral); compartilhamento de seringas e objetos perfurocortantes; transmissão vertical, da mãe para o bebê, durante a gestação, parto ou amamentação, quando não há prevenção; transfusão de sangue contaminado (situação rara atualmente, devido aos protocolos de segurança). O vírus não é transmitido por abraços, beijo, aperto de mão, uso de talheres, suor, lágrimas ou picadas de insetos.

ISTs: um cuidado que vai além do HIV

As Infecções Sexualmente Transmissíveis englobam doenças causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidas sobretudo pelo contato sexual sem camisinha. Entre as mais conhecidas estão sífilis, gonorreia, clamídia, HPV, herpes genital, hepatites virais, tricomoníase e linfogranuloma venéreo.

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Algumas ISTs também transmitir da mãe para o bebê ou, em situações menos comuns, por contato com secreções contaminadas em pele ou mucosas lesionadas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado interrompem a cadeia de transmissão e melhoram significativamente a qualidade de vida.

Prevenção combinada: mais proteção, mais autonomia

Hoje, a prevenção vai além do uso do preservativo, embora ele siga sendo essencial. A chamada prevenção combinada reúne diferentes estratégias, adaptadas ao momento de vida de cada pessoa. Juntas, elas ampliam a proteção e reduzem drasticamente o risco de novas infecções:

  • Uso de camisinha masculina ou feminina;
  • Testagem regular para HIV e ISTs, gratuita pelo SUS;
  • Vacinação contra HPV e hepatites A e B;
  • Profilaxia Pré-Exposição (PrEP);
  • Profilaxia Pós-Exposição (PEP), iniciada até 72 horas após uma situação de risco;
  • Tratamento das ISTs e acompanhamento de pessoas que vivem com HIV;
  • Ações de redução de danos para usuários de álcool e outras substâncias.

Indetectável = intransmissível

Com adesão correta ao tratamento, a maioria das pessoas vivendo com HIV atinge carga viral indetectável em poucos meses. Isso significa que o vírus não é transmitido por via sexual, além de permitir uma vida longa e saudável. No Brasil, mais de 90% das pessoas em tratamento já alcançaram esse estágio. Um dado que transforma não só a saúde física, mas também a forma como o HIV é percebido socialmente.

Combater o estigma também é prevenção

O preconceito ainda é uma das maiores barreiras no enfrentamento ao HIV. O medo do julgamento afasta pessoas da testagem, do tratamento e do convívio social pleno. Informar, acolher e garantir atendimento sem discriminação são passos fundamentais para mudar esse cenário. O Dezembro Vermelho existe para lembrar que o cuidado não termina no diagnóstico. Ele passa pelo acesso à saúde, pela informação correta e pelo respeito.

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