Antes que os aeroportos se transformassem em pequenas cidades e as companhias low cost se multiplicassem enchendo os céus da Europa, voar era um privilégio reservado a poucos. Hoje, ao contrário, o turismo global e de massa cresce sem freio, impulsiona as companhias aéreas a multiplicar rotas e aviões e ameaça não apenas os destinos mais icônicos, mas também a própria capacidade do planeta de sustentar tudo isso.
A aviação comercial reflete diretamente a evolução da economia mundial. Cada vez que o PIB global aumenta, cresce também o número de passageiros que voam e, com isso, a demanda por novos aviões para substituir os antigos ou expandir as frotas.
As crises — desde a bolha tecnológica até a recessão de 2008, passando pelos atentados de 11 de setembro, a pandemia de COVID e a guerra na Ucrânia — só conseguiram frear momentaneamente o tráfego aéreo. Após cada pausa, a curva sempre retomou sua tendência de crescimento, em torno de 4% ao ano. Os chamados Revenue Passenger Miles já se recuperaram aos níveis pré-pandemia, consolidando a ideia de que voar é uma das indústrias mais resilientes da globalização.
O "bleisure"
Embora a grande maioria dos quilômetros voados seja de turistas (estima-se que 85% do total), são os passageiros a negócios — apenas 12 a 15% do volume — que geram até três quartos dos lucros. Esses clientes pagam por assentos premium, fazem alterações de última hora e adquirem serviços adicionais.
No entanto, a pandemia introduziu um novo padrão: o ...
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