As zonas costeiras do planeta estão sendo "esmagadas" pela pressão combinada do aumento do nível do mar (impulsionado pelo clima) e pela expansão incessante do desenvolvimento humano. O alerta foi feito pelo cientista marinho uruguaio Omar Defeo (Universidade da República) e publicado na Marine Pollution Bulletin, que apresentou dados de estudos globais mostrando que a erosão nas praias está se acelerando rapidamente.
Segundo Defeo, as projeções são alarmantes: "Quase metade das praias vai desaparecer até o final do século." Este processo não apenas destrói a biodiversidade e afeta as economias locais que dependem da pesca e do turismo, mas também deixa as cidades litorâneas mais vulneráveis à invasão da água.
O frágil equilíbrio das três zonas costeiras
Para entender a gravidade do problema, Defeo explicou que a costa é um ecossistema interconectado composto por três regiões que se alimentam mutuamente, através de um movimento bidirecional de sedimentos:
- Duna (pós-praia): fica acima da linha da maré alta e atua como a principal barreira de amortecimento (buffer) contra tempestades.
- Face da praia: é a área exposta durante a maré baixa e coberta na maré alta.
- Antepraia (submersa): estende-se da linha da maré baixa até o ponto onde as ondas começam a quebrar.
O vento leva areia da praia seca para a zona submersa, e as ondas trazem o sedimento de volta. A urbanização, ao eliminar a duna para construir casas ou avenidas, remove essa proteção natural, condenando as estruturas costeiras à...
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