"Não há tempo nem possibilidade de a gente ter pessimismo", diz filha de Chico Mendes 44 anos após a morte do seringueiro

Ângela Mendes participa da COP30, em Belém (PA), e cita 'esperança em trazer soluções para os grandes problemas da floresta'

18 nov 2025 - 05h00
Ângela Mendes, filha de Chico Mendes, é ativista ambiental
Ângela Mendes, filha de Chico Mendes, é ativista ambiental
Foto: Adrielle Farias/Terra

Quando Chico Mendes (1944-1988) foi assassinado, aos 44 anos, na casa onde morava em Xapuri, interior do Acre, sua luta em defesa da Amazônia estampou capas de jornais do Brasil e do mundo. Hoje, seu legado é continuado por sua filha mais velha, Ângela Maria Feitosa Mendes, e de sua neta, Angélica Mendes, por meio do Comitê Chico Mendes. 

Ângela Mendes tornou-se uma ativista ambiental de referência, tal como seu pai. Em Belém (PA) para a 30ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30), ela revelou ao Terra o que seu pai acharia de ter a maior conferência climática do mundo sediada na Amazônia. 

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"Eu acho que ele enxergaria isso como talvez uma das melhores oportunidades para ele trazer as demandas e falar dos desafios e dificuldades de quem vive na floresta", afirmou.

Para a acreana, o encontro das delegações é uma chance de trazer grandes soluções para os problemas que os biomas brasileiros enfrentam frente às mudanças climáticas, como a seca extrema e o excesso de chuvas.

"Há sempre uma esperança, na verdade, de que a gente consiga trazer soluções para os grandes problemas que a gente enfrenta, né? Não só na floresta, mas na cidade também, nas periferias. A gente tem uma população que é invisibilizada também. Acho que a luta é para garantir justiça socioambiental no mundo todo", acrescentou.

Ângela ressaltou que, apesar do debate focar na Amazônia, é importante olhar para outras partes do Brasil que também sofrem com as consequências das mudanças climáticas.

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"A gente vive no mesmo planeta, a gente respira o mesmo ar. A gente está falando de Amazônia, mas a gente fala de todos os lugares, dos outros biomas do Brasil, que são importantes para a gente manter esse equilíbrio ecológico. Tem que falar também das outras florestas tropicais do mundo", completou. 

Em relação às expectativas sobre a COP30, a ativista ambiental disse que tem esperança de que os países chegarão a um consenso sobre o que é melhor para a Amazônia.

"Não há tempo nem possibilidade de a gente ter pessimismo. Sei que pouca coisa avançou, desde a primeira COP até a COP20. Mas a gente quer acreditar que essa COP30 seja diferente, porque está acontecendo aqui no Brasil, na Amazônia, onde a gente sempre foi referência na política de meio ambiente", concluiu. 

Fonte: Portal Terra
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