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Semana decisiva começa agitada na COP-30 com críticas de premiê alemão e apelo do papa Leão XIV

Friedrich Merz disse que jornalistas que o acompanharam em viagem ao Brasil não gostariam de ficar mais em Belém; pontífice declarou que a 'mudança climática não é uma ameaça distante'

17 nov 2025 - 22h29
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Enquanto a presidência da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) busca propor aos países um pacote de medidas para tentar destravar os temas polêmicos da conferência, nos corredores dos pavilhões montados para receber autoridades e negociadores em Belém ecoavam as críticas do chanceler alemão, Friedrich Merz, à capital do Pará. De volta a Berlim depois de um encontro bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o premiê disse que "todos ficaram felizes por termos retornado à Alemanha", em referência aos jornalistas alemães que o acompanharam na viagem ao Brasil.

A declaração provocou forte reação de políticos do Pará, que chamaram Merz de "arrogante" e "preconceituoso".

Quem também usou palavras fortes nesta segunda-feira, 17, mas não para atacar ninguém, mas sim defender o clima foi o papa Leão XIV. Em um vídeo direcionado aos participantes da COP-30, o pontífice declarou que a "mudança climática não é uma ameaça distante".

Presidência lança propostas para lidar com 'temas-problema'

A presidência da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30) propôs aos países um pacote de medidas para tentar destravar os temas polêmicos da conferência. Entre as propostas está a criação de um plano para os próximos três anos para avançar no financiamento climático.

Nesta segunda-feira, 17, que abre a semana decisiva da conferência, a presidência anunciou que irá apresentar até terça-feira aos países um primeiro rascunho para uma decisão a respeito desses pontos.

O documento elaborado pela presidência foi fruto de consultas feitas aos países desde o primeiro dia da COP-30. Essa alternativa foi colocada em prática para evitar que os quatro temas mais difíceis (financiamento, lacuna das metas climáticas, medidas unilaterais de comércio e relatórios de transparência) bloqueassem a agenda principal da conferência, impedindo qualquer avanço nas negociações. LEIA MAIS AQUI

Modelo da COP, como a de Belém, fracassou ou evitou crise climática ainda pior?

Especialistas ouvidos pelo Estadão consideram que a COP tem limitações e falhas, mas já evitou um cenário pior de alta de temperaturas nos últimos anos, sendo o único mecanismo disponível hoje para lidar com a crise do clima. Ainda assim, há descontentamento de países e da sociedade civil, e risco de colapso da negociação no Brasil.

Sem os compromissos firmados nas COPs, sobretudo o Acordo de Paris, porém, o mundo estaria "muito pior", diz o professor do Instituto de Física da USP e membro do painel da ONU sobre o clima (IPCC) Paulo Artaxo.

A COP-30 tem o desafio de buscar consensos em contexto geopolítico desfavorável, com a pauta climática em segundo plano por conflitos e tarifas, e de desgaste entre países emergentes e desenvolvidos pelas promessas não cumpridas de financiamento climático. LEIA MAIS AQUI

Premiê fala que 'todos ficaram felizes por terem retornado à Alemanha' após viagem a Belém e gera crise

O chanceler alemão, Friedrich Merz, comparou o Brasil com a Alemanha durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio no último dia 13 e disse que jornalistas alemães que o acompanharam na Cúpula dos Líderes, que antecedeu a COP-30, realizada em Belém, ficaram felizes de ir embora da cidade.

"Senhoras e senhores, vivemos em um dos países mais belos do mundo. Na semana passada, perguntei a alguns jornalistas que estavam comigo no Brasil: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Todos ficaram felizes por termos retornado à Alemanha daquele lugar que tínhamos acabado de visitar", disse Merz.

Como resposta, o prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), disse que o chanceler alemão "destila preconceito e arrogância". O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), também respondeu ao primeiro-ministro alemão. "Curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia. Um discurso preconceituoso revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado", escreveu nas redes sociais. LEIA MAIS AQUI

'Tempo de promessas já passou', diz Alckmin

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) cobrou os países a agirem para evitar o agravamento das mudanças climáticas durante a plenária de abertura do segmento de alto nível da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), em Belém, nesta segunda-feira, 17. "O tempo das promessas já passou. Cada fração de grau adicional no aquecimento global representa vidas em risco, mais desigualdade e mais perdas para aqueles que menos contribuíram com o problema", disse.

A plenária de alto nível marca o início da semana mais política da COP, quando os ministros dos países chegam para iniciar as negociações e bater o martelo sobre as decisões tomadas na COP. No discurso, Alckmin afirmou que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconhece suas responsabilidades e repetiu as prioridades do Brasil na conferência:

"Somos guardiões de um dos maiores biomas do planeta, e a Amazônia é peça vital para o equilíbrio climático global. Nosso compromisso, de todos nós: elaborar os mapas do caminho para a transição energética e o fim do desmatamento ilegal", disse. LEIA MAIS AQUI

Papa Leão XIV envia vídeo a participantes da COP-30

Em um vídeo feito especialmente para a Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-30), o papa Leão XIV afirmou que a mudança climática não é mais uma ameaça distante. Na saudação divulgada nesta segunda-feira, 17, o pontífice assumiu um tom mais duro, pedindo ações concretas contra o aquecimento do planeta e vontade política para implementar mudanças.

"A criação clama em enchentes, secas, tormentas e um calor implacável. Uma de cada três pessoas vive em grande vulnerabilidade em consequência dessas mudanças. Para elas, a mudança climática não é uma ameaça distante", afirmou o papa. "Ignorar essas pessoas é negar nossa humanidade compartilhada." LEIA MAIS AQUI

Estadão
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