Trump impôs sanções financeiras a Alexandre de Moraes e tarifas de 50% a produtos brasileiros, justificando-as como resposta à "perseguição política" a Bolsonaro e empresas de tecnologia, gerando ampla repercussão internacional.
O governo Trump anunciou nesta quarta-feira, 30, uma série de sanções contra o Brasil. O presidente norte-americano aplicou a lei ao ministro do STF Alexandre de Moraes e oficializou as tarifas de 50% a produtos brasileiros, ainda que tenha voltado atrás com quase 700 exceções.
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Em um comunicado publicado pela Casa Branca, a instituição justificou que as atitudes eram resposta a "perseguição política" ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores e atos contra as grandes empresas de tecnologia do país, chamando-as de “ameaças do Governo Brasileiro”.
As medidas de Trump repercutiram nos principais jornais do mundo. Confira os principais:
Nos Estados Unidos
Um dos principais jornais do mundo, o norte-americano The Wall Street Journal afirmou que os Estados Unidos aumentaram as tarifas e sanções ao Brasil em defesa do aliado de Donald Trump, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e das empresas de tecnologias dos EUA.
“De Moraes atraiu a ira do governo Trump por causa do julgamento e de suas tentativas de reprimir o que ele chama de ‘discurso de ódio online’ da extrema direita brasileira. [...] As sanções representam a mais recente escalada da campanha do governo Trump contra o establishment político brasileiro em relação a Bolsonaro, cujas batalhas jurídicas se assemelham às do presidente americano”, escreveu o jornal.
O The New York Times informou que o presidente dos EUA impôs uma tarifa de 50% sobre uma série de produtos brasileiros dois dias antes do previsto e aplicou sanções a um dos ministros da Suprema Corte , intensificando o conflito com o maior país da América do Sul. “Ao anunciar as tarifas, que entrariam em vigor na sexta-feira, Trump invocou o processo movido pelo Brasil contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, um aliado de Trump acusado de tentar um golpe para se manter no poder. Trump afirmou que Bolsonaro é vítima de uma ‘caça às bruxas’”, disse a matéria.
Já o “The Washington Post” deu um maior destaque às sanções de “direitos humanos” impostas a Moraes. “Moraes supervisionou as investigações do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, um aliado de Trump, sob acusações de que ele fomentou uma tentativa de golpe após perder a reeleição em 2022. [...] O presidente Donald Trump descreveu as acusações contra Bolsonaro como uma "caça às bruxas" e, na quarta-feira, também ordenou a imposição de tarifas de 50% sobre as importações do Brasil, citando a ‘perseguição’ ao ex-presidente”, disse.
Argentina
O argentino La Nación afirmou que o presidente norte-americano está “punindo” o Brasil por motivos políticos ao assinar o decreto que eleva as tarifas. “Em meio ao confronto sobre o julgamento de Jair Bolsonaro , o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto esta tarde implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando a tarifa total para 50% . Além disso, novas sanções econômicas foram impostas ao ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal, que supervisiona o caso contra o ex-presidente brasileiro”, escreveu o jornal.
Europa
O britânico The Guardian destacou a resposta de Lula às tarifas. O presidente brasileiro afirmou não temer contrariar Donald Trump e associou as medidas como parte de uma “retaliação a uma suposta ‘caça às bruxas’ política” a Bolsonaro.
A agência de notícias Reuters contextualizou que as tarifas de 50% era para combater o que o presidente norte-americano chamou de “caca às bruxas” contra Bolsonaro. “Mas suavizou o golpe excluindo setores como aeronaves, energia e suco de laranja”, informou.
O português RTP afirmou que a decisão representa mais um passo da “escalada da guerra comercial e diplomática” que o governo norte-americano está travando contra o presidente Lula “a dois dias das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos ao Brasil entrarem em vigor", destacou.
