Reino Unido e França precisam acabar com dependência de EUA e China, diz Macron

8 jul 2025 - 15h02

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta terça-feira que Reino Unido e França precisam trabalhar juntos para combater as muitas ameaças desestabilizadoras do mundo e proteger a Europa de "dependências excessivas" dos Estados Unidos e da China.

Macron, em um raro discurso para ambas as casas do Parlamento britânico, comemorou o retorno de laços mais estreitos entre os dois países ao se tornar o primeiro líder europeu a ser convidado para uma visita de Estado britânica desde o Brexit.

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Tendo sido recebido mais cedo pela família real britânica, Macron se dirigiu ao Parlamento, onde disse que os dois países precisam se unir para fortalecer a Europa, inclusive em termos de defesa, imigração, clima e comércio.

"O Reino Unido e a França precisam mais uma vez mostrar ao mundo que nossa aliança pode fazer toda a diferença", disse ele.

"A única maneira de superar os desafios que temos, os desafios de nossos tempos, será andarmos juntos, de mãos dadas, ombro a ombro."

Listando as ameaças geopolíticas que os países enfrentam, Macron argumentou que eles também devem ser cautelosos com as "dependências excessivas dos EUA e da China", dizendo que precisam "reduzir o risco de nossas economias e sociedades dessa dupla dependência".

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Mas ele também comentou as oportunidades de uma união mais próxima, ao afirmar que deveriam facilitar a vida de estudantes, pesquisadores e artistas nos países uns dos outros e buscar uma maneira de trabalhar juntos em inteligência artificial e proteger as crianças online.

O discurso simbolizou a melhoria nas relações buscada pelo Partido Trabalhista de centro-esquerda do primeiro-ministro britânico Keir Starmer, como parte de uma redefinição mais ampla dos laços com os aliados europeus após o rancor que explodiu com a saída do Reino Unido da União Europeia.

LAÇOS FORTES

Macron, que tem um forte relacionamento pessoal com o rei Charles, foi recebido anteriormente pela família real, incluindo o herdeiro do trono, o príncipe William e sua esposa, a princesa Catherine, antes de viajarem em carruagens puxadas por cavalos para uma procissão em Windsor.

"Tenho que confessar que adoramos a monarquia, mas especialmente quando ela não está em casa", disse ele mais tarde ao Parlamento.

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Charles também deve enfatizar "a multiplicidade de ameaças complexas" que ambos os países enfrentam em um discurso que fará em um jantar de Estado em Windsor mais tarde.

O monarca de 76 anos, que está em tratamento para câncer, estava com o olho direito visivelmente vermelho quando se encontrou com Macron. Uma fonte do Palácio de Buckingham disse que ele havia sofrido um rompimento de vaso sanguíneo que não estava relacionado a nenhum outro problema de saúde.

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