Irã soma 500 mortes desde início de ataques de Israel

A capital Teerã viveu o dia mais intenso de bombardeios

23 jun 2025 - 10h07
(atualizado às 13h10)

Pelo menos 500 pessoas já morreram desde o início dos ataques de Israel no Irã, em 13 de junho, enquanto mais de 3 mil indivíduos ficaram feridos.

Funcionários do Crescente Vermelho em Teerã decoram carro destruído em ataque em 19 de junho
Funcionários do Crescente Vermelho em Teerã decoram carro destruído em ataque em 19 de junho
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Ministério da Saúde de Teerã, que é citado pela imprensa estatal do país persa, e chega em mais um dia de intensos bombardeios israelenses. A ONG Agência de Notícias de Ativistas dos Direitos Humanos (Hrana, na sigla em inglês), no entanto, fala em pelo menos 950 óbitos, sendo a maioria de civis.

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Os novos ataques miraram alvos como os quartéis-generais da Guarda Revolucionária, principal braço das forças armadas iranianas, da milícia paramilitar Basij, responsável pela aplicação do código islâmico, e do esquadrão Alborz, que comanda a segurança em diversas áreas do distrito de Teerã.

"Esses quartéis-generais são importantes tanto do ponto de vista militar quanto em termos de governança", disse um porta-voz das Forças de Defesa Israelenses (IDF).

Além disso, o bombardeio atingiu a entrada da penitenciária de Evin, conhecida por abrigar prisioneiros políticos, em Teerã.

Uma fonte de Israel explicou à ANSA que a ação é uma tentativa de "libertar dissidentes" para aumentar a pressão sobre o regime chefiado pelo aiatolá Ali Khamenei. O poder Judiciário do Irã, no entanto, assegurou que a situação em Evin está "sob controle".

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Também há relatos de ataques aéreos contra a sede do conglomerado estatal de rádio e TV Irib, que já havia sido gravemente danificada em outro bombardeio israelense na semana passada, e contra a Universidade Shahid Beheshti. Já o Crescente Vermelho declarou que a ofensiva atingiu os arredores de sua sede no norte de Teerã, onde diversos bairros também ficaram sem energia elétrica devido a bombas lançadas sobre uma central de distribuição.

"O ditador iraniano [Ali Khamenei] será punido, e os ataques continuarão com toda a força", afirmou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz. Segundo as IDF, foram lançadas mais de 100 bombas apenas em Teerã em cerca de duas horas, o ataque mais intenso contra a cidade desde o início da guerra.

O país judeu também atacou aeroportos em todo o Irã e destruiu cerca de 15 aviões e helicópteros militares, além de ter voltado a bombardear a central nuclear de Fordow.

O Irã, por sua vez, disparou pelo menos 15 mísseis contra Israel nesta segunda-feira, sendo que a maioria foi interceptada. No entanto destroços dos projéteis provocaram danos em uma rede de energia no sul do país e geraram interrupções no fornecimento a comunidades da região.

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A nova troca de agressões chega menos de dois dias depois do bombardeio dos EUA contra as instalações nucleares de Fordow, Isfahan e Natanz, pilares do programa de energia atômica iraniano, o qual, segundo Israel e a Casa Branca, tem fins militares.

"Todos os sítios nucleares no Irã sofreram danos monumentais. Aniquilação é um termo exato", disse o presidente americano, Donald Trump, nas redes sociais.

Já o guia supremo iraniano, Ali Khamenei, publicou no X que o "inimigo sionista cometeu um grande erro e um grande crime e deve ser punido". "Ele está sendo punido agora mesmo", assegurou. Também há a expectativa de represálias de Teerã contra bases americanas no Oriente Médio, que estão em alerta máximo.

"Os Estados Unidos, ao continuar apoiando incondicionalmente o bárbaro e agressivo regime sionista, entraram abertamente e diretamente na guerra, violando a soberania do Irã", afirmou o chefe do Estado-Maior, Abdolrahim Mousavi.

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