O governo da Nigéria resgatou 100 alunos sequestrados no mês passado de uma escola católica no Estado de Níger, informou um grupo cristão nesta segunda-feira, após um dos maiores sequestros em massa do país nos últimos anos.
As autoridades não fizeram comentários públicos imediatos sobre o resgate e não ficou claro se as crianças foram libertadas por meio de negociações, pagamentos de resgate ou uma operação de segurança.
Alguns pais disseram que estavam esperando para saber se seus filhos estavam entre os libertados e expressaram angústia com a falta de informações.
"Acabei de ver a notícia nas redes sociais", disse Yunusa Kabukaya, cuja filha Magret, de 11 anos, estava entre os mais de 300 alunos e 12 funcionários sequestrados da Escola Católica St Mary's, no vilarejo de Papiri, em 21 de novembro.
"Ninguém entrou em contato comigo, estou desesperada para saber se minha filha está entre os alunos resgatados."
Cerca de 50 crianças escaparam horas após o ataque, mas não havia notícias das outras até segunda-feira. Não havia informações sobre os mais de 150 outros alunos sequestrados do internato no mês passado.
Daniel Atori, porta-voz da Associação Cristã da Nigéria no Estado de Níger, disse que as autoridades confirmaram o resgate dos 100 alunos no início da segunda-feira.
Algumas das crianças raptadas tinham apenas seis anos de idade. Esperava-se que os alunos chegassem ainda na segunda-feira a Minna, capital do Estado de Níger, e que fossem entregues às autoridades da igreja e da escola.
"Estou no vilarejo de Rafin Tala e levarei pelo menos sete horas para chegar a Minna", afirmou Kabukaya.
Dauda Gwanja, pai de um jovem de 15 anos que foi sequestrado, disse que sua família estava sofrendo.
"Só sabemos dos 100 estudantes pela internet. Não sei se meu filho está entre eles. Nossas vidas não têm sido as mesmas desde o incidente. Minha esposa tem se recusado a comer desde então", contou ele.
O sequestro causou indignação com o agravamento da insegurança no norte da Nigéria, onde gangues armadas frequentemente atacam escolas para pedir resgate. Os sequestros de escolas aumentaram depois que os militantes do Boko Haram sequestraram 276 meninas de Chibok em 2014.