Vários países da Otan, incluindo Noruega, Polônia e Alemanha, anunciaram que vão adquirir cerca de € 1 bilhão em armas americanas para a Ucrânia. Essas compras serão feitas no âmbito do programa Purl, que visa equipar a Ucrânia com armamento americano financiado pelos países europeus e que já arrecadou cerca de € 4 bilhões.
O Canadá também prometeu € 200 milhões e a Holanda anunciou na segunda-feira (1º) um compromisso de € 250 milhões. A França, que não participa desse programa, está sob pressão de seus parceiros, como Alemanha e Holanda, para contribuir mais com o apoio militar à Ucrânia.
Comissão Europeia se mobiliza
A Comissão Europeia também apresentou nesta quarta-feira um plano para financiar a Ucrânia por dois anos. A proposta inclui duas opções para cobrir parte das necessidades financeiras de Kiev para 2026 e 2027, estimadas em € 137 bilhões: um empréstimo europeu ou a utilização dos ativos russos congelados na Europa.
"Hoje, propomos cobrir dois terços das necessidades de financiamento da Ucrânia para os próximos dois anos. Isso representa € 90 bilhões", declarou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, à imprensa. O último terço deverá ser garantido por "os parceiros internacionais", como Reino Unido, Canadá ou Japão, acrescentou.
A decisão de recorrer a um empréstimo europeu, que exige unanimidade dos Estados-membros, enfrenta resistência de alguns países e oposição radical da Hungria. Diante do bloqueio, a Comissão não esconde que prefere recorrer aos ativos russos congelados.
Governo belga resiste
No entanto, o uso dos fundos russos congelados na Europa ainda enfrenta a hostilidade da Bélgica. A maior parte desses ativos do Banco Central russo, bloqueados devido às sanções impostas após a invasão da Ucrânia, está em território belga, e Bruxelas se recusa a assumir sozinha os riscos em caso de problemas.
A proposta da Comissão Europeia "não responde às preocupações" da Bélgica e continua sendo "a pior das opções", afirmou nesta quarta-feira o chefe da diplomacia belga, Maxime Prévot. "Temos um sentimento de frustração por não termos sido ouvidos", destacou o ministro.
Para não deixar a Bélgica sozinha diante dos riscos, a Comissão propôs usar todos os ativos russos congelados na Europa, incluindo os que estão, por exemplo, na França.
O uso dos ativos russos congelados tem a vantagem de não custar nada ao contribuinte europeu, mas preocupa também o Banco Central Europeu (BCE), que teme turbulências nos mercados financeiros. O BCE anunciou na terça-feira que "não estava pronto para garantir esse empréstimo".
(Com agências)