Antes da reunião, Zelensky alertou neste sábado (13) que a Rússia "continua determinada a destruir" a Ucrânia. O alerta foi feito depois que Kiev informou que ataques russos "massivos" contra instalações de energia durante a noite deixaram milhares de pessoas sem luz em todo o país.
Moscou alegou ter atingido instalações ucranianas com mísseis balísticos hipersônicos em retaliação aos ataques ucranianos.
"É importante que o mundo inteiro veja agora o que a Rússia está fazendo, cada passo que dão para aterrorizar nosso povo (...) porque está claro que não se trata de acabar com a guerra. Eles continuam visando destruir o nosso Estado e infligir o máximo de dor ao nosso povo", declarou o presidente ucraniano no X.
Ataques russos deixaram ao menos um morto neste sábado. Em Sumy, no nordeste do país, um projétil russo atingiu um prédio residencial matando uma mulher de 80 anos, segundo o governador regional.
Na região central da Rússia, duas pessoas morreram neste sábado em um ataque de drones ucranianos contra um prédio residencial em Saratov, disseram as autoridades.
Plano de paz americano
O presidente americano, Donald Trump, apresentou no mês passado um plano de paz para encerrar o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. O projeto foi criticado por Zelensky e líderes europeus por favorecer as principais exigências de Moscou, incluindo a cessão de territórios cruciais pela Ucrânia.
Trump intensifica a pressão sobre Kiev para a obtenção de um acordo. As autoridades ucranianas afirmaram ter enviado a Washington uma contraproposta atualizada, baseada no projeto original americano de 28 pontos.
Um funcionário da Casa Branca confirmou na sexta-feira que Steve Witkoff se reunirá com Zelensky e líderes europeus neste fim de semana para discutir o andamento das negociações de paz. Anteriormente, o governo alemão havia anunciado que receberia os líderes, incluindo os chefes da União Europeia (UE) e da Otan, na segunda-feira, poucas horas depois de Zelensky participar de um fórum empresarial alemão-ucraniano com o chanceler Friedrich Merz.
Adesão da Ucrânia à UE
Circula a informação de que a ideia de uma rápida adesão da Ucrânia à UE está incluída na versão mais recente do plano para encerrar a guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022. Europeus e ucranianos também exigem "garantias de segurança" dos americanos antes de quaisquer negociações territoriais no leste da Ucrânia, região ocupada por tropas russas.
Segundo a versão mais recente do plano dos EUA, a adesão de Kiev à UE ocorreria a partir de janeiro de 2027, disse à AFP uma fonte familiarizada com o assunto, sob condição de anonimato.
O processo de adesão normalmente leva anos e exige o voto unânime dos 27 membros do bloco europeu. Alguns países, como a Hungria, têm se oposto consistentemente à entrada da ex-república soviética na UE.
Kiev, que busca há muito tempo aderir ao bloco, implementou uma série de reformas nesse sentido desde a revolução pró-europeia de 2014. No entanto, o país ainda luta para erradicar a corrupção endêmica, uma exigência fundamental para ingressar na UE.
Tensão no Mar Negro
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, emitiu um alerta neste sábado após um navio turco ter pegado fogo na sexta-feira depois de um ataque aéreo russo no porto de Chornomorsk, perto de Odessa.
"O Mar Negro não deve ser considerado uma zona de confronto. Isso não beneficiaria nem a Rússia nem a Ucrânia. Todos precisam de navegação segura no Mar Negro", declarou Erdogan.
(Com AFP)