Paris, Berlim, Roma, Londres e Helsinque. Enquanto dirigentes europeus se unem ao ucraniano Volodymyr Zelensky para acompanhá-lo em uma reunião com Donald Trump, nos Estados Unidos, o presidente finlandês, Alexander Stubb, se destaca como interlocutor privilegiado do republicano, um reflexo do interesse direto de seu país na preservação da paz regional.
Da redação da RFI em Paris
Eleito em 2024 para um mandato de seis anos, o presidente finlandês de centro-direita, Alexander Stubb, é um aliado incondicional de Kiev e um defensor da Otan, aliança à qual seu país aderiu em 2023. Stubb atuou como ministro em diversas pastas, entre elas Finanças, Assuntos Europeus e Relações Exteriores. De junho de 2014 a maio de 2015, ele foi primeiro-ministro do país escandinavo.
Depois de estudar nos Estados Unidos e na França, Stubb, de 57 anos, atuou em instituições da União Europeia e foi eleito eurodeputado. Em 2018, ele chegou a se candidatar à presidência da Comissão Europeia defendendo uma presença mais forte do bloco no cenário internacional.
Desde a invasão russa à Ucrânia, Stubb tem participado ativamente dos debates internacionais sobre o conflito. A Finlândia compartilha 1.344 km de fronteira com a Rússia, sendo a mais longa entre os países da União Europeia. Essa proximidade geográfica torna o Kremlin uma ameaça concreta para os finlandeses.
Proximidade com Donald Trump
Embora tenha profundo conhecimento dos interesses europeus, Alexander Stubb se destaca pela proximidade com Donald Trump, o que é considerado um trunfo estratégico que, segundo relatos, teria levado Zelensky a agradecê-lo por facilitar a reaproximação entre Kiev e Washington.
De acordo com o Wall Street Journal, Stubb se aproximou do presidente norte-americano durante uma partida de golfe na Flórida, em fevereiro passado. Na ocasião, eles passaram mais de sete horas juntos em Mar-a-Lago. Foi quando o norte-americano perguntou se podia confiar em Vladimir Putin, e Stubb respondeu: "Você não pode."
Essa proximidade conquistada deu a Stubb um novo status como "intermediário-chave para os líderes europeus". Desde então, o presidente finlandês tem transmitido regularmente as posições dos países europeus a Trump.
Linha dura contra Moscou
Apesar desse acesso privilegiado com Trump, Alexander Stubb mantém uma postura extremamente firme em relação a Vladimir Putin. Em entrevista ao Le Monde, há um ano, ele disse que o processo de paz dependia da Rússia. Em outras declarações à imprensa francesa, Stubb defendeu sanções contra Moscou e afirma que Putin não busca a paz.