Na quinta-feira, serão realizados vários tributos às 132 vítimas dos atentados, com a presença do presidente Emmanuel Macron. As homenagens ocorrerão diante de cada local que foi alvo dos ataques de 2015: o Stade de France, os cinco restaurantes e bares dos 10º e 11º distritos da capital, e a casa de shows Bataclan. Para marcar este 10º aniversário, a Prefeitura de Paris inaugurará, no centro da cidade, um jardim concebido especialmente para homenagear os mortos e feridos nos ataques.
Além da emoção e das cerimônias, a data também serve para lembrar que a ameaça do "terrorismo jihadista continua onipresente" na França, destaca o jornal Le Figaro. Desde os atentados de 13 de novembro, a ameaça evoluiu, mas permanece extremamente elevada. Somente em 2025, três ataques foram realizados e seis projetos foram frustrados. Milhares de suspeitos são monitorados pelos serviços de inteligência franceses.
O jornal conservador faz um balanço da atuação do serviço antiterrorista francês na última década: mais de 80 projetos foram desmantelados, mas cerca de 50 ataques ocorreram, sendo 19 fatais.
Ao contrário de dez anos atrás, quando os terroristas haviam combatido ao lado do grupo Estado Islâmico no Iraque ou na Síria, hoje os autores dos ataques são jovens radicalizados online, que utilizam armas simples, principalmente facas. De acordo com a polícia, 70% dos suspeitos têm menos de 21 anos. Eles são atraídos pela propaganda do grupo Estado Islâmico, que continua ativa em redes sociais como Telegram e TikTok, indica Le Figaro.
França: alvo preferencial do jihadismo
O jornal Les Échos afirma que a ameaça jihadista é internacional, mas a França continua sendo um alvo prioritário. Apesar da redução da capacidade operacional da Al-Qaeda e do grupo Estado Islâmico, o risco persiste. Fatores como a guerra em Gaza, a volta dos talibãs ao poder no Afeganistão e a guerra na Ucrânia influenciam a radicalização. Além do jihadismo, surgiu também a preocupação com ataques da ultradireita. Dos seis atentados ocorridos na França desde 2024, um foi cometido por um jovem de extrema direita, informa o jornal. Mas a ameaça jihadista continua predominante.
Infelizmente, as homenagens às vítimas dos atentados de 13 de novembro também evidenciam que este capítulo doloroso da história da França ainda não pode ser encerrado, conclui Les Échos.