Trump ordena investigação contra o Brasil: o que é Seção 301?

Medida pode abrir caminho para sanções econômicas

9 jul 2025 - 20h34
(atualizado às 21h03)
O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa à nação, acompanhado pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na Casa Branca, em 21 de junho de 2025, em Washington, DC. O presidente Trump discursou para as três instalações nucleares iranianas que foram atacadas pelos militares dos EUA na manhã de domingo.
O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa à nação, acompanhado pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na Casa Branca, em 21 de junho de 2025, em Washington, DC. O presidente Trump discursou para as três instalações nucleares iranianas que foram atacadas pelos militares dos EUA na manhã de domingo.
Foto: Carlos Barria - Pool/Getty Images

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, dia 9, a abertura de uma investigação formal contra o Brasil por supostas práticas comerciais desleais. A medida foi comunicada em uma carta oficial assinada por Trump, que também incluiu críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e revelou tarifas adicionais sobre produtos brasileiros.

Segundo o presidente americano, o Brasil estaria promovendo "ataques contínuos às atividades comerciais digitais de empresas americanas". Assim, justificaria a abertura de um processo com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, instrumento jurídico utilizado pelos EUA para investigar e reagir a práticas de governos estrangeiros consideradas prejudiciais ao comércio norte-americano. O governo brasileiro desmente Trump e diz que a relação dos últimos 15 anos mostra superávit dos EUA.

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A Seção 301 permite a adoção de medidas de retaliação, como tarifas e sanções, caso a investigação conclua que o país em questão adotou práticas injustas ou discriminatórias. A ferramenta já foi usada anteriormente pelos EUA contra países como China.

Na carta, Trump foi além do argumento comercial e citou também supostas violações de princípios democráticos no Brasil. Sem apresentar provas, afirmou que a decisão foi tomada "em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação fundamental da liberdade de expressão dos americanos".

Em fevereiro, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou o bloqueio da plataforma de vídeos Rumble no Brasil, alegando descumprimento de ordens judiciais. A empresa tem relações comerciais com o grupo de comunicação de Trump. Em 2023, a rede social X (antigo Twitter) também foi alvo de sanções por parte do STF, com determinação de suspensão temporária de suas operações no Brasil até o cumprimento de exigências judiciais.

Fonte: Redação Terra
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