O Brasil possui, em média, três alunos a mais por turma nos anos finais do ensino fundamental na rede pública em comparação aos países da OCDE, segundo dados compilados pelo IBGE.
O Brasil tinha em média três alunos a mais por turma nos anos finais do ensino fundamental -- 6º ao 9º ano -- da rede pública em 2024 do que nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais 2025: uma análise das condições de vida da população brasileira 2025, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, 3.
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Segundo o levantamento, a média de alunos por turma da rede pública brasileira era de 26,6 nos anos finais, enquanto na rede pública dos países da OCDE era de 23,1. Já nos anos iniciais -- 1º ao 5º ano --, a média de estudantes por turma era de 22,3. Nos países da OCDE esse número cai para 20,8.
A comparação foi feita usando dados do relatório Education at a glance (2025), que traz a média de alunos por turma nos anos iniciais e finais do ensino fundamental para os países da OCDE em 2023, além de dados do Brasil atualizados para 2024 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
Em relação à rede privada brasileira, a situação inverte-se. A média de alunos por turma nos anos iniciais do ensino fundamental foi de 17, número menor do que a média dos países da OCDE, que ficou em 19,6.
Analisando os países da OCDE isoladamente, muitos deles também traziam relevante distância entre as redes de ensino pública e privada nos anos iniciais do ensino fundamental. No entanto, enquanto em alguns países, como o Brasil, que a rede pública estava em desvantagem, em outros, a exemplo de Luxemburgo, Grécia e Coreia, havia, em média, seis alunos por turma a menos na rede pública em 2023.
"Segundo a OCDE, embora as evidências quanto ao impacto direto sobre o desempenho dos estudantes não sejam uníssonas, o tamanho das turmas constitui uma preocupação para escolas e gestores de políticas públicas e influencia a escolha das famílias. Entende-se que uma menor quantidade de estudantes favorece a gestão da turma e facilita o atendimento às necessidades de aprendizado, bem como maior atenção individualizada", explica o relatório do IBGE.
Pré-escola
O levantamento também mostra que, na educação básica brasileira, a pré-escola era o nível de ensino que apresentou a maior discrepância entre as redes pública e privada quanto à média de alunos por turma, como 18,7 e 13,7, respectivamente.
De acordo com o estudo, há notáveis diferenças entre os números por Estado. São Paulo, por exemplo, é o que tem a maior média de alunos por turma na rede pública. O Estado também conta com a maior diferença entre as redes pública e privada: 8,8 alunos a mais por turma na rede pública. Veja os números:
Média de Alunos por Turma na Pré-Escola da Rede Pública (2024)
Comparativo por Estado
Legenda:
Estados
Média Nacional (Brasil: 18,7)
Fonte: Censo Escolar da Educação Básica 2024, Inep
Redes de ensino
O levantamento ainda aponta que nos três níveis da educação básica -- educação infantil, ensino fundamental e ensino médio -- há predomínio de estudantes na rede pública. Somente no ensino superior, a rede privada atende a maioria dos alunos.
% de Estudantes por Nível e Tipo de Rede de Ensino (2024)
Distribuição de estudantes a partir de 4 anos, segundo o nível de ensino.
Nota: Dados referentes ao 2º trimestre.
Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2024, do IBGE.