Brasil tem três alunos a mais por turma nos anos finais do ensino fundamental da rede pública do que países da OCDE, diz IBGE

Levantamento também mostra que há predomínio de estudantes na rede pública nos três níveis da educação básica

4 dez 2025 - 05h00
Resumo
O Brasil possui, em média, três alunos a mais por turma nos anos finais do ensino fundamental na rede pública em comparação aos países da OCDE, segundo dados compilados pelo IBGE.
Sala de aula
Sala de aula
Foto: Agência Brasil / Estadão

O Brasil tinha em média três alunos a mais por turma nos anos finais do ensino fundamental -- 6º ao 9º ano -- da rede pública em 2024 do que nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais 2025: uma análise das condições de vida da população brasileira 2025, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira, 3.

Segundo o levantamento, a média de alunos por turma da rede pública brasileira era de 26,6 nos anos finais, enquanto na rede pública dos países da OCDE era de 23,1. Já nos anos iniciais -- 1º ao 5º ano --, a média de estudantes por turma era de 22,3. Nos países da OCDE esse número cai para 20,8.

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A comparação foi feita usando dados do relatório Education at a glance (2025), que traz a média de alunos por turma nos anos iniciais e finais do ensino fundamental para os países da OCDE em 2023, além de dados do Brasil atualizados para 2024 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).

Em relação à rede privada brasileira, a situação inverte-se. A média de alunos por turma nos anos iniciais do ensino fundamental foi de 17, número menor do que a média dos países da OCDE, que ficou em 19,6.

Analisando os países da OCDE isoladamente, muitos deles também traziam relevante distância entre as redes de ensino pública e privada nos anos iniciais do ensino fundamental. No entanto, enquanto em alguns países, como o Brasil, que a rede pública estava em desvantagem, em outros, a exemplo de Luxemburgo, Grécia e Coreia, havia, em média, seis alunos por turma a menos na rede pública em 2023. 

"Segundo a OCDE, embora as evidências quanto ao impacto direto sobre o desempenho dos estudantes não sejam uníssonas, o tamanho das turmas constitui uma preocupação para escolas e gestores de políticas públicas e influencia a escolha das famílias. Entende-se que uma menor quantidade de estudantes favorece a gestão da turma e facilita o atendimento às necessidades de aprendizado, bem como maior atenção individualizada", explica o relatório do IBGE.

Pré-escola

O levantamento também mostra que, na educação básica brasileira, a pré-escola era o nível de ensino que apresentou a maior discrepância entre as redes pública e privada quanto à média de alunos por turma, como 18,7 e 13,7, respectivamente.

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De acordo com o estudo, há notáveis diferenças entre os números por Estado. São Paulo, por exemplo, é o que tem a maior média de alunos por turma na rede pública. O Estado também conta com a maior diferença entre as redes pública e privada: 8,8 alunos a mais por turma na rede pública. Veja os números:

Média de Alunos por Turma na Pré-Escola da Rede Pública (2024)

Comparativo por Estado

Legenda:

Estados

Média Nacional (Brasil: 18,7)

Fonte: Censo Escolar da Educação Básica 2024, Inep

Redes de ensino

O levantamento ainda aponta que nos três níveis da educação básica -- educação infantil, ensino fundamental e ensino médio -- há predomínio de estudantes na rede pública. Somente no ensino superior, a rede privada atende a maioria dos alunos.

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% de Estudantes por Nível e Tipo de Rede de Ensino (2024)

Distribuição de estudantes a partir de 4 anos, segundo o nível de ensino.

Nota: Dados referentes ao 2º trimestre.

Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2024, do IBGE.

Fonte: Portal Terra
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