Narrativas falsas fazem vítimas das ditaduras reviverem trauma sofrido na repressão

NAS REDES, APOIADORES DE REGIMES AUTORITÁRIOS ACUSAM OPOSITORES DE CRIMES QUE NUNCA COMETERAM

10 dez 2025 - 05h45

Combater as ditaduras de Argentina, Brasil e Chile significou a morte para muita gente. Outros foram presos, torturados, exilados, perderam empregos e contato com a família. Apesar disso, as redes sociais inverteram o jogo: milhares de postagens de apoiadores dos regimes transformam vítimas em vilões das ditaduras. São chamados de assassinos, terroristas, assaltantes de banco, sequestradores e, por que não, mentirosos.

Ato interreligioso realizado em 25 de outubro de 2025, na Catedral da Sé, região central de São Paulo, com lideranças religiosas, familiares e movimentos sociais em homenagem a Vladimir Herzog e a todas as vítimas da ditadura militar. Foto: Fábio Vieira/Estadão
Ato interreligioso realizado em 25 de outubro de 2025, na Catedral da Sé, região central de São Paulo, com lideranças religiosas, familiares e movimentos sociais em homenagem a Vladimir Herzog e a todas as vítimas da ditadura militar. Foto: Fábio Vieira/Estadão
Foto: Fábio Vieira/Estadão / Estadão

Não raro, essas vítimas são obrigadas a reviver o trauma a cada vez que alguém exalta um torturador, ou nega uma tortura, ou lhe imputa crimes que nunca cometeu. Um sentimento parecido com o que descreve a jornalista brasileira Miriam Leitão, que ficou presa por três meses e foi vítima de tortura durante a ditadura no Brasil: "Você encontrar na velhice, de novo, saudável, o inimigo que te infelicitou na juventude não é fácil. Não é fácil".

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