O que estão compartilhando: postagem compartilha um vídeo em que o jornalista William Bonner recomendaria uma "solução natural" para acabar com as dores. Imagens do médico Drauzio Varella também aparecem no vídeo, dizendo que a "medicação" chamada de "100dores" acaba com problemas no joelho, artrite e hérnia de disco. A publicidade indica que o produto seria aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e vendido no WhatsApp.
O Estadão Verifica checou e concluiu que: é falso. O vídeo usa inteligência artificial para manipular as figuras de Bonner e Varella e fazer parecer que eles teriam recomendado um remédio para dores nas articulações. O "100dores" consta como irregular na aba de medicamentos do site da Anvisa. O produto é encontrado como suplemento alimentar em sites na internet. O órgão de vigilância proíbe que anúncios de suplementos façam promessas de cura de doenças ou que façam parecer que os produtos são remédios.
Apesar de ser anunciado como um remédio nas redes sociais, o "100dores" também é vendido na internet como um suplemento alimentar. Um site com o nome do produto afirma que ele tem regularização da vigilância na categoria. Porém, não foi encontrado registro do produto como suplemento no site da Anvisa.
Como mostrou o Estadão Verifica, a agência proíbe que suplementos sejam vendidos como remédios. Os anúncios não podem alegar prevenção ou cura de doenças e não devem extrapolar o que demonstram as evidências científicas.
Em uma pesquisa feita no Reclame Aqui, site em que consumidores registram reclamações, é possível encontrar relatos de pessoas que compraram o suplemento acreditando em vídeos falsos de famosos. Consumidores relatam que não tiveram melhora das dores e sentiram efeitos adversos com o produto.
Uma caixa com cinco frascos do produto é vendida na internet por R$ 597 à vista.
A reportagem enviou uma mensagem no WhatsApp disponível no site do "100dores", mas não recebeu retorno.
Caso haja dúvidas sobre suplementos regularizados, é possível consultar no site da Anvisa. Há uma aba para denúncias de propagandas irregulares de produtos.
