Quem são os dois brasileiros punidos pelos EUA com a cassação dos vistos

Nova punição anunciada pela gestão Trump tem secretário do Ministério da Saúde; em nota, Mozart Sales afirma que sanção é 'injusta' e defende programa Mais Médicos

13 ago 2025 - 20h21
(atualizado em 14/8/2025 às 07h36)

BRASÍLIA - O governo Donald Trump anunciou nesta quarta-feira, 13, a revogação de vistos de dois brasileiros. Segundo publicação do secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, chefe da diplomacia do governo dos EUA, foram punidos o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde Mozart Júlio Tabosa Sales, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro.

Mozart é a primeira autoridade do governo Lula a ser punida com a perda de visto pelo governo Trump. Integrantes do governo temem que a medida possa ocorrer com outros, inclusive de alto escalão, por causa do embate político relacionado aos processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Mozart Júlio Tabosa Sales teve seu visto dos EUA revogado pela gestão Trump
Mozart Júlio Tabosa Sales teve seu visto dos EUA revogado pela gestão Trump
Foto: Reprodução/Divulgação M. da Saúde / Estadão

Kleiman trabalhou na Presidência da República em governos do PT e no Ministério da Saúde. Atualmente é coordenador para COP-30 na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA). Antes, foi diretor de Relações Exteriores, Parcerias e Mobilização de Recursos na Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que atuava como parceira do Mais Médicos e intermediava a contratação dos médicos cubanos no Brasil.

Ao anunciar a revogação dos vistos, Rubio justificou a medida como resposta ao que considerou desvios no programa "Mais Médicos", política pública criada no governo de Dilma Rousseff para suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do Brasil.

"O Departamento de Estado também está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. O Mais Médicos foi um golpe diplomático inconcebível de 'missões médicas' estrangeiras", publicou Rubio no X.

Para o governo americano, o programa brasileiro vinculou-se ao regime cubano, fomentando trabalho escravo de profissionais. Os médicos que vieram ao Brasil tinham remuneração.

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Em publicação no Instagram, Mozart Sales afirmou que a sanção é "injusta" e defendeu o programa Mais Médicos.

"O programa Mais Médicos pelo Brasil é uma iniciativa primordial do governo federal para garantir o necessário atendimento de saúde a milhões de brasileiras e brasileiros em todas as regiões do País", afirmou Sales. "Essa sanção injusta não tira minha certeza de que o Mais Médicos é um programa que defende a vida e representa a essência do SUS, o maior sistema público de saúde do mundo".

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