PGR diz que Anderson Torres usou bilhete de passagem falso para justificar viagem e ausência no 8 de janeiro

Localizador de passagem indicado pela defesa do ex-ministro não corresponde aos registros da companhia aérea Gol

15 jul 2025 - 11h23
(atualizado às 11h44)
Resumo
A PGR afirmou que Anderson Torres usou um bilhete de passagem falso para justificar sua ausência em 8 de janeiro de 2023, apontando conivência com os atos violentos e pedindo sua condenação junto com outros acusados de planejar um golpe de Estado.
Anderson Torres
Anderson Torres
Foto: Ton Molina/STF

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres apresentou um bilhete de passagem falso para justificar sua ausência no dia 8 de janeiro de 2023, data da invasão dos Três Poderes, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a manifestação, documento usado pelo então Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal não corresponde aos registros da companhia aérea Gol.

O localizador “MYIDST”, indicado pela defesa de Torres, não condiz com seus dados, e não há voos registrados no trecho Brasília/Orlando, voo G3-9460, em seu nome, de acordo com a PGR. A defesa juntou aos autos apenas um print da suposta passagem emitida por Anderson Torres, no mês de novembro de 2022, sem apresentar o comprovante da compra ou o bilhete aéreo.

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"A escandalosa constatação coloca em xeque a versão do réu de que sua viagem já se encontrava agendada desde muito antes e confirma a sua estratégia deliberada de afastamento e conivência com as ações violentas que se aproximavam", diz a PGR.

No documento, a PGR diz ainda que a versão de que houve comunicação prévia da viagem ao governador do Distrito Federal é mentirosa. A defesa não trouxe aos autos a comprovação de tal alegação. Além disso, a análise dos celulares entregues voluntariamente pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) aponta que, somente em 7 de janeiro, dia anterior aos atos e quando já estava em viagem, Anderson Torres compartilhou o contato de seu substituto, “em clara postura de descaso e negligência com seus deveres profissionais".

O Terra tenta localizar a defesa de Torres a respeito da acusação da PGR.

Condenação 

Na noite de segunda-feira, 14, o  procurador-geral, Paulo Gonet, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação de Anderson Torres e mais sete pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no processo em que são acusados de tramar uma tentativa de golpe de Estado.

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Na peça enviada ao Supremo, Gonet avalia que os "depoimentos e inquirições ao longo do julgamento evidenciaram envolvimento dos denunciados em uma organização criminosa com o objetivo de impedir o funcionamento dos poderes da República e depor um governo legitimamente eleito", segundo nota divulgada pela PGR.

Caberá agora às defesas dos réus também apresentarem suas alegações finais no processo para que seja estabelecida pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, uma data para o julgamento na Primeira Turma da corte.

Fonte: Redação Terra
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