Não há imunidade absoluta contra o vírus do autoritarismo, diz Cármen Lúcia em voto no julgamento da trama golpista

A ministra lembrava acontecimentos da história recente que tiveram como premissa a democracia no Brasil, como manifestações

11 set 2025 - 14h47
(atualizado às 15h06)
Resumo
Cármen Lúcia, ministra do STF, afirmou que não existe imunidade absoluta contra o autoritarismo, ressaltando a importância de preservar a democracia e combater tentativas antidemocráticas em seu voto no julgamento da trama golpista envolvendo Jair Bolsonaro e outros réus.

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia afirmou que "não há imunidade absoluta contra o vírus do autoritarismo", durante o voto no julgamento da trama golpista, no quinto dia de julgamento, nesta quinta-feira, 11. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete réus são julgados na ação.

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A ministra lembrava acontecimentos da história recente que tiveram como premissa a democracia no Brasil, como manifestações de diversos tipos, e até as poíticas em meio à pandemia de covid-19. Ela usou como metáfora o vírus para dizer que não há como estar imune ao "vírus do autoritarismo".

A ministra Cármen Lúcia, do STF, durante voto no julgamento da trama golpista, nesta quinta-feira, 11
A ministra Cármen Lúcia, do STF, durante voto no julgamento da trama golpista, nesta quinta-feira, 11
Foto: Reprodução/TV Justiça

"Nunca é demais lembrar que, por mais que se cuide da saúde pública e política de uma sociedade estatal, por mais que se cuide da estrutura da sociedade institucional, por mais que se cuide de produzir instrumentos ou vacinas constitucionais e legais para se imunizar a sociedade e o Estado de aventuras ditatoriais, em nenhum lugar do mundo, e menos ainda aqui, não se tem imunidade absoluta contra o vírus do autoritarismo, que se insinua insidioso, destilando o seu veneno a contaminar liberdades e direitos humanos. Não poucas vezes, aliás, núcleos cinicamente tentaram, surrupiados por antidemocratas, se fazer valer exatamente de titulares desses mesmos direitos", disse a ministra.

Cármen Lúcia seguiu defendendo que é por isso que as leis em todo o mundo passaram a cuidar do Estado Democrático de Direito e dos instrumentos legais que caracterizam como golpe de Estado um crime praticado contra as instâncias legislativas.

Durante a leitura do voto, a ministra afirmou que o seu voto tinha 396 páginas, mas que ela não pretendia fazer a leitura de todas as páginas. A fala foi apenas uma das alfinetadas ao colega Luiz Fux. Na quarta-feira, o magistrado foi o único a falar durante sessão que começou às 9h14 e terminou quase às 23h e acabou com voto do ministro para absolver Bolsonaro de todos os crimes dos quais ele é acusado na trama golpista

Placar da votação no STF

Fonte: Redação Terra
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