MP-SP investiga denúncia de rachadinha no gabinete do vereador Adrilles Jorge, envolvendo devolução de salário a chefe afastado, enquanto o vereador nega práticas ilícitas e promete cooperar com a apuração.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apura denúncias de um suposto esquema de rachadinha no gabinete do vereador de São Paulo Adrilles Jorge (União Brasil) na Câmara Municipal.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
De acordo com a denúncia, divulgada pela TV Record, ex-assessores do vereador disseram que eram obrigados a devolver R$ 1.500 por mês de seus salários, que recebiam da Câmara Municipal, para o chefe de gabinete Célio Rodrigues. Eles faziam o pagamento para continuarem em seus cargos comissionados.
Em nota, o MP-SP informou que o caso está sendo apurado sob sigilo, e que as diligências estão sendo realizadas para investigar a denúncia. Atuais funcionários e ex-funcionários do gabinete de Adrilles devem ser ouvidos pelos promotores.
A equipe do vereador Adrilles Jorge, em comunicado, afirma que a denúncia é uma iniciativa de dois ex-funcionários de seu gabinete, que foram exonerados há meses pelo próprio vereador, “por questões éticas”.
“Além de demonstrarem desconformidade com os propósitos e com a conduta do mandato, passaram, de uns tempos para cá, a perseguir, assediar, chantagear, ameaçar o vereador e, até mesmo, a fazer gravações do dia a dia do Gabinete - lançando mão de 'expediente indiscutivelmente absurdo e criminoso'”, diz o comunicado.
O parlamentar ainda reforçou que abomina práticas ilícitas e “assegura que nenhum ato ilícito (o que abomina veementemente) foi praticado em seu Gabinete - não com seu conhecimento e/ou consentimento; e se, eventualmente, ficar comprovado algo de ilegal, providências serão tomadas também pelo parlamentar.”
Até que as investigações sejam concluídas, o chefe do gabinete foi afastado da função. “De toda maneira, e até que as investigações sejam concluídas, o chefe de Gabinete acusado pelos ex-servidores de prática imoral foi afastado do Gabinete, não fazendo, assim, mais parte do quadro de colaboradores”, declarou Adrilles.
“Qualquer acusação que venha a desonrar a pessoa física e o mandato do vereador, sem nenhuma comprovação legal, poderá resultar em providências jurídicas, estando os autores das ilações passíveis de sanções legais”, completou.
Segundo a TV Record, Adrilles tem cerca de 20 funcionários pagos com verba da Câmara Municipal em seu gabinete. O vereador informou à TV que o dinheiro foi recolhido como forma de empréstimo, para pagar os custos de instalação de um ar-condicionado na sala que ocupa no Palácio Anchieta, sede do Legislativo Paulistano, no centro de São Paulo.